Polícia prende família que atacou agentes da BM

Poço das Antas

Polícia prende família que atacou agentes da BM

Acusados agrediram brigadianos e roubaram uma espingarda da polícia

Polícia prende família que atacou agentes da BM
Vale do Taquari

Agentes da Polícia civil e da Brigada Militar de Teutônia e Fazenda Vilanova prenderam na manhã de ontem quatro homens acusados de atacar uma guarnição da BM durante abordagem no interior do município.

Chamada de Operação Contra-ataque, a ação resultou no recolhimento ao presídio de um homem de 61 anos e os três filhos, de 26, 25 e 24 anos. A ocorrência que culminou na prisão foi registrada no dia 3 e iniciou devido a um auto de infração de trânsito.

De acordo com o comandante do CRPO Vale do Taquari, coronel Gleider Cavalli Oliveira, na ocasião, a BM fazia abordagens de rotina para coibir abigeato quando se deparou com o idoso trafegando com uma motocicleta sem capacete.

Durante a abordagem, o homem teria desacatado o policial e recebido voz de prisão. Os três filhos do idoso teriam se revoltado e partido para cima dos agentes. A guarnição chegou a fazer uso de uma espingarda municiada com balas de borracha para conter os agressores, mas, como estavam em maior número, acabaram conseguindo resgatar o pai de dentro da viatura.

“Como estavam em maior número, os policiais ficaram feridos, tiveram o fardamento rasgado, e os acusados ainda levaram a arma”, afirma. De acordo com o comandante, os PMs agredidos chamaram apoio e, junto com demais agentes, localizaram a casa dos agressores, recuperando a arma no mesmo dia.

Neste dia, a ocorrência foi registrada na DPPA de Lajeado e os homens foram liberados. O caso foi remetido a Teutônia, onde o delegado Humberto Roehrig expediu mandado de prisão, por roubo da arma, lesão corporal e dano ao patrimônio do Estado. Os quatro foram recolhidos ao presídio de Lajeado.

Sem antecedentes

Para o comandante do CRPO, a situação ilustra a crescente inconformidade com as abordagens policiais, mesmo quando corriqueiras. Segundo ele, as pessoas estão menos tolerantes e se revoltam quando precisam passar por blitz da Balada Segura ou quando recebem multas por transgredir alguma norma de trânsito.

“São simples infrações que acabam evoluindo em casos mais graves como desacato ou mesmo lesões corporais”, aponta. Conforme Oliveira, o efetivo é orientado a tentar o diálogo ao máximo para evitar o agravamento de situações em que os ânimos estão exaltados.

Lembra que no caso dessa prisão, nenhum dos quatro presos tinham qualquer tipo de antecedente criminal. “As pessoas precisam assumir suas responsabilidades no momento que cometem uma infração de trânsito. Não podem jogar a culpa no Estado, representado ali pela autoridade policial.”

Para o comandante, a população precisa compreender que não é o policial militar que escolhe se libera ou não uma pessoa em caso de infração. Segundo ele, caso o agente não tome as providências previstas, sejam elas multas ou o recolhimento do veículo, comete o crime de prevaricação. “O policial não tem esse poder de decisão.”

Revolta social

Ex-comandante do CRPO Vale do Taquari e atual presidente da Alsepro, o coronel Antônio Scussel também percebe o aumento dos ataques contra policiais durante as abordagens de rotina. Para ele, essa revolta contra as polícias tem origem nas demais insatisfações com a situação enfrentada pelo país.

“As autoridades como um todo não gozam mais da respeitabilidade, e isso me parece desencadear em uma não aceitação das instituições”, aponta. Segundo o coronel, no momento que os governantes não são respeitáveis, o Estado se torna não respeitável.

“Esse processo precisa ser revertido e isso começa com um melhor posicionamento de quem faz parte do governo”, acredita. Independente dos motivos, Scussel lembra que uma pessoa quando é abordada e reage dessa forma acaba respondendo legalmente por seus atos. Destaca ainda que os casos de abuso de autoridade são avaliados pelas corregedorias das forças policiais.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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