A equipe do Colégio Sinodal Conventos viveu momento de apreensão na manhã de ontem. Dois homens armados invadiram a sede da escola, localizada às margens da ERS-421, e roubaram o dinheiro que estava no cofre da secretaria da instituição.
De acordo com o diretor do colégio, Rui Griesang, o crime ocorreu por volta das 7h30min, horário de chegada dos alunos do turno da manhã. Os dois homens se fizeram passar por pais, interessados em saber informações sobre matrículas.
“Eles estavam na secretaria quando cheguei. Comecei a atender uma mãe quando um deles apresentou a arma, fechou a porta da secretaria e anunciou o assalto”, lembra. Em seguida, afirma, o outro homem fechou amarrou as mãos de um pai que também estava no local.
Conforme Griesang, a dupla ordenou que todos se deitassem no chão e a entrega do dinheiro do cofre. Ao perceberem que a porta da secretaria não poderia ser chaveada, eles pegaram o montante e fugiram até um automóvel Corolla que esperava do outro lado da rodovia.
É a segunda vez em pouco mais de um mês que um colégio da rede Sinodal é alvo de criminosos. Em setembro, o Gustavo Adolfo, do bairro São Cristóvão, foi arrombado. Foram furtados um notebook, sete TVs de 42 polegadas e um soprador de folhas.
Entrevista
“Foi a primeira vez que passei por um assalto na vida”
A Hora – Quanto e quais recursos foram levados da escola?
Rui Griesang – Tinha dinheiro do Grêmio Estudantil, de livros que iríamos fazer o pagamento, e recursos que seriam usados na programação da Semana das Crianças. Ainda não temos a contabilidade exata, mas é algo entre R$ 7 e 8 mil. Parte desse dinheiro é de uma campanha de arrecadação de fundos realizado pelo grêmio, além do que foi arrecadado durante as interséries.
Qual sua reação ao perceber que se tratava de um assalto?
Griesang – Nunca passei por nada do tipo. Fiquei gelado e branco. Foi a primeira vez que passei por um assalto na vida, com pessoas armadas na minha frente. Fiquei sem ação. A gente sempre prega para os alunos evitarem a violência. Nós não temos nenhuma ocorrência grave na escola, não temos problemas com drogas, por exemplo, e poucos casos de desavenças, que logo são resolvidos. Nós sempre falamos sobre a questão da violência, mas jamais pensamos que seríamos vítimas. Graças a Deus nada de pior aconteceu.
Os bandidos chegaram a agredir alguém durante a ação?
Griesang – Não. Nas redes sociais disseram que o diretor levou uma coronhada, mas não teve nada disso. Ninguém chegou nem perto de mim, só tive que me deitar no chão. Eles pegaram o dinheiro e saíram em disparada. Tinham muitos pais trazendo crianças para a creche e um carro esperando eles do outro lado da estrada. Teve gente que até perseguiu eles até a altura de um condomínio, mas acabaram despistando.
Diante desse fato, a escola avalia alguma mudança nos procedimentos de segurança?
Griesang – Não, porque funciona um pouco diferente das outras escolas, não temos apenas os pais dos nossos alunos no pátio pela manhã. A grande maioria do fluxo é dos pais da escola infantil Doce Infância, que nós conhecemos poucos. Além disso, estamos no período de matrículas, e sempre vem gente buscando informação. Nosso pátio também é compartilhado com a comunidade evangélica. Não temos como impedir os pais de entrar no pátio, porque senão fica um caos devido ao pouco espaço para estacionamento. Temos que nos reunir para pensar no que fazer. Sempre tínhamos mais medo na parte da tarde, porque é menor o movimento. Jamais imaginámos que seríamos assaltados de manhã, justamente quando tem a maior movimentação na escola.