O papel dos educadores

Comportamento

O papel dos educadores

Como auxiliar os pequenos a se reconhecer e investir em seus pontos fortes

O papel dos educadores

Na quinta-feira, 12, é o Dia das Crianças. Nesta data, mais do que dar presentes, é imperativo refletir sobre a função do educador na vida delas. O pai, a mãe, a babá, o professor e todos que de alguma forma são exemplos precisam estar atentos aos sinais e anseios modernos dos pequenos.

A complexidade da rotina dos pais sugere, muitas vezes, terceirização parcial da educação por meio de babás ou escolas em turno integral. Seja em casa, com os pais ou cuidadora, ou em ambiente escolar, o ideal é que elas recebam afeto e carinho na medida certa.

A professora Letícia Contilde é mãe de Marília, de 1 ano e 8 meses, e se dedica à educação da filha em tempo integral por escolha própria. Ela conta que o comportamento da menina muda muito rápido e é preciso estar atenta para saber como a estimular. “Nessa fase, eles se desenvolvem muito rápido e o que é um acerto em um dia pode não ser no outro”, afirma.

Letícia afirma que Marília é mais ativa do que era a irmã, Ana Laura, hoje com 16 anos. Esse exemplo reforça o fato de que cada criança é uma e achar que tem a fórmula certa para educar é um erro. São os pais os responsáveis pela “alfabetização” social, comportamental e emocional, que se complementam com os aprendizados escolares.

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De acordo com a psicóloga Janaína Petry Froner, a educação emocional é tão importante quanto a ética. Para ela, auxiliar os pequenos a se reconhecer e investir em seus pontos fortes é importante. O diálogo e também o exemplo devem fazer parte da rotina dos pais com filhos pequenos.

Dois assuntos que merecem atenção e devem ser discutidos são a competição – em que se comprova quando um é melhor do que o outro; e o sentimento de solidão, que pode ser agravado pela pouca interação e contato social, muitas vezes, como resultado do uso deliberado da internet.

Marília recebe de Letícia exemplos diários de tarefas simples como guardar os brinquedos. A mãe garante que esse aprendizado acrescenta na vida da pequena. “É bom para ela entender que a mãe não é uma escrava”, acrescenta. Marília crescerá em um ambiente diferente daquele em que a matriarca faz tudo, deliberadamente. Terá sua individualidade estimulada e, conforme Letícia, se sentirá mais útil e participante.

Janaína aponta que crianças mais tímidas necessitam de mais observação e estímulo e menos críticas. Auxiliar a desenvolver algumas habilidades emocionais ou de comportamento faz a diferença. “Isso garante que a criança consiga evoluir emocionalmente e tenha capacidade de construir maior autonomia e segurança pessoal para enfrentamento”, diz. Letícia concorda e conta que Marília é valorizada não só pelos acertos, mas também pelo esforço.

Ana Laura participa da criação da irmã com a mãe, Letícia. Marília é uma criança esperta e costuma ser valorizada não somente pelos seus acertos, mas também pelo esforço nas atividades

Ana Laura participa da criação da irmã com a mãe, Letícia. Marília é uma criança esperta e costuma ser valorizada não somente pelos seus acertos, mas também pelo esforço nas atividades

Agitação, insegurança e imaturidade

Os pequenos que se mostram mais agressivos e desafiadores precisam de um auxílio maior para sua organização interna e externa, com rotina e limites. O que pode ajudar os pais nesses casos é uma escuta atenta e diária, aliada ao exercício da compreensão. Os pais que obtêm mais sucesso ao lidar com filhos opositores são aqueles que criam um ambiente enriquecedor para a imaginação infantil.

Elementos fundamentais da rotina como alimentação, sono, autonomia, atividade física, vida social ou afetiva, estudo ou tarefas de organização do ambiente – como a obrigação de guardar brinquedos e organizar suas roupas –, ajudam as crianças a crescer com mais saúde física e mental. A relação com os pais e amigos melhora e a adolescência pode ser enfrentada com mais tranquilidade.

Sem extremos

“Nem 8, nem 80 também vale para a educação”, acrescenta Janaína. Para a profissional, evitar críticas exageradas e valorizar pequenos aprendizados facilitam a autonomia da criança para resolução das frustrações e problemas que encontrará ao longo da sua vida. Limites com amor e elogios sem supervalorizar costumam evitar que se desenvolvam comportamentos de submissão total ou agressividade extrema.

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Motivar da forma certa

Recompensas ajudam a criança a manter um comportamento positivo. Para os pequenos, é gratificante receber elogios ou até mesmo agrados físicos, que podem ser abraços ou carinhos. Esses gestos comunicam à criança que os pais perceberam o acerto e geram nela o sentimento de autorização para tal comportamento.

Outro aspecto significativo na educação é o auxílio para que os pequenos identifiquem os próprios objetivos e, a partir disso, mudem comportamentos ou sentimentos por vontade própria. A via da ameaça nunca é a melhor maneira de persuasão. A melhor maneira de ajudar é orientar para que descubram as vantagens e desvantagens de suas ações e, a partir disso, confiem nos pais.

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