Jovens Poetas se consolida como produto literário

Lajeado - Em busca de talentos

Jovens Poetas se consolida como produto literário

A 22ª edição da publicação envolve todas as escolas públicas e privadas de Lajeado, além da Apae e do Neeja Liberdade

Jovens Poetas se consolida como produto literário
Lajeado

Criado com a missão de levar para além das escolas a produção literária e incentivar o exercício da escrita entre adolescentes e crianças, o projeto Jovens Poetas, do Rotary Club Engenho, chega à 22ª edição. O lançamento ocorre no dia 27, na Univates.

De acordo com coordenadora do projeto, Ana Cecília Togni, a Tia Chica, a publicação terá 312 páginas, com poesias de alunos de todas as escolas públicas e privadas de Lajeado, além da Apae e do Neeja Liberdade. As 36 instituições de ensino representam o envolvimento de seis a oito mil estudantes e de 80 a cem professores. “Penso que é o maior evento cultural literário do Vale”, comenta.

À frente da maior parte das edições, Tia Chica nunca deixou de participar da elaboração do livro e testemunhou a evolução da iniciativa. A primeira publicação teve a adesão de 16 instituições e eram os rotarianos que faziam todo o trabalho. Além de ir de escola em escola – em uma época de escassez tecnológica – os voluntários escolhiam quais poesias seriam publicadas. Hoje o primeiro filtro é feito por docentes, ainda no ambiente escolar.

Gilberto Soares elaborou a maioria das capas da publicação Jovens Poetas

Gilberto Soares elaborou a maioria das capas da publicação Jovens Poetas

Mudanças significativas ocorreram nos anos 2000, quando a escola Campestre solicitou a inclusão de textos produzidos pela turma de Educação de Jovens e Adultos. Nesse mesmo ano, o Rotary Engenho firmou convênio com o Núcleo de Cultura da Univates. Assim, foi possível elaborar projetos para captar recursos via leis de incentivo à cultura. Até então, os rotarianos custeavam a impressão.

No mesmo período, decidiram homenagear, a cada ano, um professor. E em 2006, a Alivat (Academia Literária do Vale do Taquari) passou a indicar um de seus acadêmicos para ser o parafraseador da edição.

Em 2007, 2008 e 2015, ainda foi oferecido um curso de 20 horas para alguns profissionais das escolas participantes. Eram aulas voltadas à produção literária, ministradas por docentes de Literatura da Universidade do Vale. “Os professores participavam com muita alegria, pois era uma maneira de se atualizar sobre a literatura poética.”

Por alguns anos, o Jovens Poetas foi aprovado em âmbito estadual. Depois de um tempo, a viabilidade financeira se deu por meio da Lei Rouanet. Este ano, a iniciativa tem apoio cultural do A Hora e patrocínio do Super Rissul e Grupo Estilo Atual.

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O início

Depois de tanto receber poesias escritas pela filha mais velha, o empresário Reni Machado começou a pensar em quantos outros estudantes poderiam ter talento para escrever. Foi assim que a proposta de agrupar a produção poética dos alunos locais surgiu.

O ano era 1996 e Machado presidia a Avenida de Serviços Profissionais do Rotary Engenho. Durante uma reunião, lançou a ideia, que logo foi abraçada por Tia Chica – a presidente do clube na época. Inicialmente, o projeto foi chamado de Apoio aos Jovens Poetas de Lajeado.

A filha, Renata, acabou seguindo a carreira de arquiteta, mas isso não diminui o entusiasmo de Machado. “O que é legal é que, como é uma iniciativa do Rotary e o Rotary é mundial, ela foi copiada em outros lugares. Então, a alegria da gente se intensifica à medida que vemos esse crescimento”, comenta.

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Quem também acompanhou a evolução do projeto foi o ilustrador Gilberto Soares, voluntário responsável por elaborar a maioria das capas já publicadas. Sem tantos recursos gráficos, as primeiras eram mais simples, desenvolvidas com a ajuda dos agora arcaicos clip arts (ícones gráficos prontos).

Posteriormente, passou usar também fotografias. “Eu gosto de todas. No trabalho de quem escreve ou de quem ilustra, o melhor sempre vai ser o próximo. O que eu posso dizer é que todas foram feitas com muito carinho”.

Para Soares, o ato de incentivar jovens e crianças a escrever, especialmente poesias, é louvável.

“No Brasil, é quase inusitado”. Para ele, o despertar da criatividade, da sensibilidade e do senso de cidadania é intrínseco à atividade. “Aqueles jovens e crianças que participam são outros depois do projeto”.

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