Programa incentiva Justiça restaurativa

Vale do Taquari

Programa incentiva Justiça restaurativa

Convênio oferece curso para 150 educadores das redes municipal e estadual

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Vale do Taquari

A resolução de conflitos no ambiente escolar e a construção da cultura da paz na sociedade são temas de formação promovida pelo Judiciário em parceria com as redes municipal e estadual. Um total de 150 educadores participam do curso. O lançamento ocorreu ontem, no auditório da Secretaria de Educação.

As atividades são desenvolvidas por facilitadoras da Escola Superior da Magistratura. Os inscritos foram divididos em seis turmas. Cada cada é composta por 25 profissionais e terá atividades distribuídas ao longo dos meses de outubro e novembro.

A qualificação tem um custo de R$ 33 mil e é viabilizada por meio de um patrocínio com o Sicredi e a partir de uma multa paga por um indivíduo condenado por crimes.

A iniciativa tem o objetivo de formar facilitadores de Círculos de Formação de Paz, uma das metodologias que integra a Justiça restaurativa. Na avaliação do diretor do Foro de Lajeado,  juiz Luís Antônio de Abreu Johnson, esse é um esforço para estimular o modelo.

A formação começa pelos professores e integra outros órgãos como Polícia Civil e Brigada Militar. “O trabalho qualifica profissionais para desenvolver técnicas de combate à violência escolar e em todas as demais formas.”

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Segundo ele, o objetivo é construir uma sociedade mais pacífica. “Hoje temos um movimento restaurativo para enfrentar a violência e reintegrar os indivíduos na sociedade.” A prática resulta em uma transição no modelo tradicional para a de conciliação. “A Justiça tradicional oferece uma resposta excludente, enquanto a restaurativa resgata todas as pessoas envolvidas no conflito.”

A qualificação oferece mecanismos teóricos para enfrentar situações de violência no ambiente escolar. Segundo Johnson, a proposta é uma das maiores qualificações promovidas no Estado. Hoje, Lajeado é um dos municípios que se destaca com o desenvolvimento da cultura de paz, por meio da iniciativa.

Qualificação contínua

A proposta iniciou em 2016, a partir da formação de 25 pessoas que atuam em um núcleo em processos judiciais. De acordo com o gestor do projeto, o promotor Sérgio Diefenbach, depois da experiência e dos bons resultados, a intenção é expandir a proposta. “O objetivo é estimular novas formas de olhar os conflitos, as pessoas e de construir consensos no ambiente escolar.”

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Segundo ele, esse é um processo longo e acontece por meio de uma prática que precisa se repetir. “Nosso sonho é que possamos fazer formações continuadas e que outras secretarias integrem a proposta e ela passe a ser uma forma de relacionamento entre as pessoas e a comunidade. Nada melhor que a escola para iniciar esse processo.”

Na semana passada, o município viabilizou a participação de um grupo de educadoras em um evento internacional da cultura da paz. Na avaliação do prefeito Marcelo Caumo, a intenção instiga a construção de um novo comportamento na sociedade.

Para a coordenadora regional de Educação, Greicy Weschenfelder, este é o momento de multiplicar a proposta. Hoje, o Cipave é uma das ferramentas da rede estadual para ampliar as discussões e promover a resolução de conflitos. “Precisamos aliar a teoria à prática e, em especial, reestabelecer relações entre professores e nos desarmarmos diante de diferenças ideológicas.”

Conteúdo programático

– Conceito, princípios, fundamentos e valores da Justiça Restaurativa e dos Círculos de Construção de Paz
– Práticas restaurativas, com exemplos
– Círculos de Construção de Paz: origem, princípios filosóficos e suas diferentes aplicações
– Círculos de Construção de Paz e sua relação com a Justiça Restaurativa
– Elementos estruturais dos Círculos de Construção de Paz

Cássia Paula Colla: cassia@jornalahora.inf.br

 

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