O parcelamento de salários promovido pelo governo do Estado motivou novo protesto de professores. Ontem, data que marcou um mês do início da paralisação, centenas de pessoas participaram de uma caminhada noturna em Lajeado.
Com velas acesas, os participantes se concentraram na Praça da Matriz e percorreram a rua Júlio de Castilhos e a avenida Benjamin Constant. Além dos professores, integraram o movimento aposentados do Estado e profissionais da segurança, saúde, Corsan e CEEE.
De acordo com o coordenador do 8º Núcleo do Cpers, Gerson Luís Johann, a manifestação é mais um dos atos que visam mostrar para a comunidade a gravidade da situação enfrentada pelos servidores devido ao parcelamento.
Segundo ele, o movimento obteve uma série de vitórias que obrigaram o governo a recuar nas ameaças aos grevistas. “Achavam que a greve não iria durar, ou mesmo alcançar as proporções em que se encontra hoje.”
Conforme Johann, o movimento obteve na Justiça uma liminar que impede a demissão dos contratados de forma emergencial que aderiram à paralisação. “O governo fez essa ameaça, mas a demissão desses professores inviabilizaria a conclusão do ano letivo.”

Além dos educadores, integraram o movimento aposentados e servidores da segurança, saúde, Corsan e CEEE
O Piratini ainda tentou instituir o corte no ponto dos grevistas, mas outra liminar impediu a ação. Diante da continuidade da greve, aponta, o governo agora tenta formas de fazer caixa para garantir o pagamento integral dos salários. Uma das medidas foi anunciada na quarta-feira, por meio da venda de 49% das ações do Banrisul.
“Enquanto não formularem uma proposta concreta para quitar os vencimentos, continuaremos nos manifestando”, reforça. De acordo com Johann, a intenção do Cpers é retomar as atividades o mais breve possível, desde que tenham a garantia de que os salários serão pagos sempre de forma integral.
Próximas reuniões
De acordo com o coordenador do Cpers, hoje pela manhã, o auditor do governo do Estado estará em Lajeado para um diálogo sobre a dívida do Estado e as alternativas buscadas para garantir os pagamentos.
Amanhã haverá uma reunião com a comunidade escolar de Santa Clara do Sul para explicar os motivos da greve. O evento ocorre a partir das 9h, no Salão da Comunidade Católica.
Policiais param na segunda-feira
Em assembleia do Ugeirm realizada em Porto Alegre, os policiais civis decidiram declarar greve. A paralisação começa na segunda-feira, 9, e segue até o dia 17, ou até a integralização da folha do pagamento.
A categoria não recebeu nenhuma parcela dos salários de setembro, e ainda cobra por promoções atrasadas. Os servidores também criticam demissões de servidores que tiveram processos administrativos e a situação das carceragens de delegacias superlotadas, problema que perdura desde 2015.
Apesar de não ter a adesão dos delegados, a greve deve provocar a interrupção dos cumprimento de mandados, de investigações e do registro de crimes leves e outras ocorrências de menor gravidade. De acordo com o sindicato, somente serão atendidas ocorrências de crimes contra a vida.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br