A possível anulação do concurso público pelo governo de Estrela, noticiada pelo A Hora na edição de ontem, representa uma decisão difícil, mas acertada por parte da gestão do prefeito Rafael Mallmann. Desde o término da aplicação das provas, no dia 26 de agosto, participantes relataram dúvidas com a segurança da concorrência.
No dia 31 do mesmo mês, o jornal trouxe a primeira notícia acerca do tema. Naquela edição, candidatos afirmaram ter acontecido alguns fatos atípicos. Tais como o desrespeito ao horário e a falta de controle, por meio da conferência da documentação, no momento em que os candidatos chegaram para prestar o teste.
Em seguida, um grupo de participantes fez um abaixo-assinado e levou ao Ministério Público. A Promotoria de Justiça orientou o governo a abrir uma sindicância antes de homologar o resultado do concurso.
A partir do relatório da sindicância, se chegou à conclusão de que houve falhas na segurança, em especial nos envelopes das provas. Confirmada essa decisão, é preciso reconhecer a sensibilidade por parte do governo. Também agiu de maneira transparente desde os primeiros apontamentos sobre supostos equívocos na aplicação das provas. Prestou as informações necessárias para o MP, também respondeu aos questionamentos da imprensa.
Cabe ressaltar que esse episódio é uma evidência de que a sociedade está cada vez mais atenta, participativa e crítica. Isso faz com que se exija dos governantes mais transparência e exatidão nos processos seletivos para os quadros funcionais.
Em um passado não tão distante, a seleção de servidores para municípios sempre foi motivo de dúvidas. Em uma pesquisa rápida pela internet, podem-se verificar diversos casos de direcionamento e beneficiamento para determinados candidatos. Seja por relação com os gestores públicos, ou mesmo com partidos políticos.
Ao que parece, esse não é o caso em Estrela. O erro que culminou na anulação pode estar na redação do edital. Por não ter sido suficientemente específico. Como hoje todas as informações estão mais acessíveis ao público, a sociedade tem mais facilidade para fiscalizar. Os documentos estão disponíveis para qualquer pessoa.
