Depois de ter dedicado quase metade da vida à docência no curso de joalheria do Senai, o ourives lajeadense Claudinei Rempel transfere seu conhecimento a iniciantes que se destacam no ramo. Sob os ensinamentos de Rempel, o jovem Andrei Chiesa, 18, de Guaporé, se prepara para representar o Brasil na WordSkills, um torneio de educação profissional que, neste ano, ocorre nos Emirados Árabes.
Segundo o treinador, a competição envolve as 58 profissões mais representativas do mundo, como cabeleireiro, soldador, confeiteiro e eletricista. Mais de 60 países disputam as três primeiras colocações. No Brasil, os representantes são alunos do Sesc e do Senai.
Filho de pai e mãe que trabalham na produção de joias, Chiesa ingressou na escola de joalheria do Senai de Guaporé em função do potencial econômico da cidade. Com o passar do tempo, a aprendizagem se concretizou como uma oportunidade de futuro. Ele passou pela etapa municipal, pela estadual e nacional, que envolve competidores principalmente de MG, SP e RJ.
Chiesa conseguiu ficou mais de 10 pontos à frente do segundo colocado no Brasil. Se superar os outros 16 competidores e conquistar o ouro no mundial, garante uma bolsa de estudos no ensino superior nos mesmos cursos oferecidos pelo Senai ou em áreas afins. “Pretendo seguir na área de joalheria, mais na parte do design”, antecipa Chiesa.
A competição ocorre entre os dias 15 e 18, em Abu Dhabi. Chiesa terá que desenvolver uma peça em ouro, com base em um projeto a ser sorteado na hora. Cada país participante na categoria enviou uma proposta de projeto. Foram aceitos o dos Emirados, o da Inglaterra e o do Brasil – um pingente de ouro em forma de falcão, ave símbolo do país sede.
Cada parte da joia será produzida em um dia, com tempo máximo estipulado para cada etapa. “Eles não precisam saber fazer o desenho, mas interpretar”, destaca o ourives.
O corpo de avaliadores é formado por um treinador de cada país, totalizando 18 jurados. Serão analisados critérios como tempo e fidelidade ao projeto original. No Canadá, em 2009, um aluno também de Guaporé conseguiu a medalha de prata.
Em 2011, Rempel treinou um aluno do RJ que conquistou a medalha de ouro na Inglaterra. Dois anos depois, ajudou um aluno de SP a garantir a prata em joalheria, na Alemanha. E em 2015, um competidor do RJ levou o ouro, em edição realizada no Brasil. “E estamos indo para a próxima medalha de ouro com um aluno aqui do RS”, torce o lajeadense.
Segundo Rempel, o desempenho do Brasil tem chamado a atenção de grandes potências. A Rússia, por exemplo, irá sediar o evento em 2019 e contratou treinamento dos brasileiros em algumas modalidades.
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br