O concurso do dia 26 de agosto foi anulado pelo município. A decisão foi confirmada após o prefeito Rafael Mallmann homologar o relatório da sindicância formada para apurar irregularidades no certame. Os 1,3 mil candidatos terão a inscrição garantida de forma automática no próximo processo seletivo. As provas visam preenchimento de vagas dos cargos de fiscal sanitário, fiscal de trânsito e monitor de escola.
Entre as justificativas, aponta que, diante do princípio da transparência e isonomia, pilares do direito público, o município opta por anular o concurso e refazer as provas ainda em 2017. A empresa responsável será apresentada após a realização de processo licitatório.
A sindicância ouviu candidatos que denunciaram problemas, outros concorrentes, fiscais, empresa responsável pela aplicação das provas e comissão organizadora. Após 20 dias de análise, decidiu pela anulação total das provas e resultados.
A sindicância, formada por servidores de carreira, identificou procedência de algumas das denúncias, entre elas, a fragilidade dos lacres nos envelopes das provas. Também foi apontada a posse, mesmo que desligados, de aparelhos de celular pelos candidatos.
Inscrições serão reembolsadas
Todos os inscritos terão a vaga garantida de forma automática no novo concurso. No entanto, quem desejar pode optar pelo ressarcimento da taxa de inscrição. Para isso, a manifestação será aceita por meio de protocolo, presencial ou pelo correio, até dez dias após a divulgação da nova data das provas.
No documento, será necessário apresentar o número da inscrição, nome completo, cópia de documento de identificação e uma conta em nome do candidato, para depósito bancário.
Entenda o caso
Uma série de apontamentos feitos por um grupo de 20 candidatos colocou em dúvida a seriedade do processo. Participantes alegaram que concorrentes não entregaram documentos aos fiscais. Um dos candidatos alega ter visto outros usando aparelhos celular dentro das salas.
Houve queixas direcionadas à elaboração de perguntas diferentes da vaga solicitada.
No início de setembro, o grupo encaminhou abaixo-assinado ao Ministério Público, solicitando a anulação do concurso. Os participantes teriam respondido as questões em diferentes locais, mas apontaram as mesmas incoerências.
A partir disso, o promotor Daniel Cozza Bruno recebeu a denúncia e orientou a suspensão. Uma sindicância foi aberta para averiguar apontamentos. O relatório foi concluído nessa terça-feira, 3, e homologado ontem.
Cássia Paula Colla: cassia@jornalahora.inf.br