“Cada um ajuda com o que pode”

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“Cada um ajuda com o que pode”

Paulo Alexandre da Silva, 47, é funcionário público e não fica de braços cruzados quando identifica uma oportunidade de ajudar. Ele se ofereceu para cuidar do gramado da Apae de Lajeado e faz três anos que ajuda a instituição de…

“Cada um ajuda com o que pode”

Paulo Alexandre da Silva, 47, é funcionário público e não fica de braços cruzados quando identifica uma oportunidade de ajudar. Ele se ofereceu para cuidar do gramado da Apae de Lajeado e faz três anos que ajuda a instituição de forma simples, mas eficaz. O dinheiro antes pago para um jardineiro profissional, hoje é usado pela instituição para suprir outras necessidades dos usuários.
• Como surgiu a vontade de ajudar a Apae?
Passo quase sempre na frente da instituição. Um dia observei o trabalho lindo que é feito com as crianças e algo me tocou. Resolvi entrar, na cara dura, e perguntar se poderia ajudar em algo. Muitas vezes, a gente passa os dias sem se dar conta do que acontece ao redor, da necessidade dos outros. Foi o meu coração, minha intenção de ajudar, mesmo que de forma simbólica, que me moveu.
• Por que jardinagem?
Foi inusitado. Conversei com a diretora e estava difícil encontrar uma maneira de colaborar, não tenho grandes formações. Foi quando lembrei do gramado e dos jardins da instituição, então, perguntei de que forma eram cuidados. Ela me falou que a Apae pagava para um jardineiro fazer o serviço. Lembrei que tinha um cortador de grama em casa e poderia fazer a atividade. Foi o suficiente para deixar minha marca como voluntário. Cada um ajuda como pode.
• Como se sente ao ajudar?
É muito gratificante. As pessoas costumam pensar que, por não terem dinheiro, não há como ajudar. Mas o auxílio não precisa ser monetário, pode ser afetivo, doando seu tempo e trabalho. Não há desculpa para quem quer fazer o bem.
• De que maneira os pacientes se beneficiam dessa atividade?
Eles ficam com o gramado e jardins mais bonitos para contemplação e prática de atividades. Pode parecer pouco, mas me dá orgulho poder contribuir.
• Cuidar dos jardins faz “florescer” algo em você?
Com toda certeza. Nunca havia tido contato com pessoas com deficiência antes e essa oportunidade amoleceu meu coração. Essa troca me motiva a dar mais valor às belezas da vida. Sou testemunha de como os usuários da Apae contornam as dificuldades e me inspiro para ser uma pessoa melhor. Se cada um fizer “um pouco” pelos outros, teremos, no final, “muito”.
• Qual foi o momento mais inspirador que viveu durante o voluntariado?
Há uma ocasião que me marcou muito. Tem um menino na Apae, com autismo, que não costuma se comunicar com ninguém, segundo uma das professoras. Em um dos dias que eu cortava a grama, ele se aproximou e ensaiou um diálogo. Puxei assunto, ele não respondeu logo, mas ficou próximo de mim, observando, como se quisesse a minha companhia. Quando soube que ele não costuma ter esse tipo de reação com outras pessoas, me senti especial. Deixar o gramado mais bonito para ele e para as outras crianças, depois disso, se tornou ainda mais gratificante.

Ed Gomes: edmar@jornalahora.inf.br

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