Passeio noturno estimula debate sobre mobilidade

Lajeado

Passeio noturno estimula debate sobre mobilidade

Evento organizado pelo curso de Arquitetura da Univates reuniu mais de 80 ciclistas

Passeio noturno estimula debate sobre mobilidade
Lajeado

As ruas de Lajeado ficaram tomadas de ciclistas na noite de ontem. Realizado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Univates, um passei noturno reuniu mais de 80 participantes para promover a cultura e divulgar a bicicleta como alternativa para a mobilidade urbana.

Coordenador do curso de Arquitetura, Cristiano Zluhan Pereira afirma que a proposta surgiu diante das questões de mobilidade, infraestrutura e planejamento urbano discutidas em sala de aula. “Uma das principais tendências quando se fala em transporte limpo é a bicicleta.”

Conforme Pereira, a Univates já incentiva o uso do veículo por meio do programa bicivates, que permite que alunos utilizem o equipamento fornecido pela universidade. Segundo ele, a ideia de realizar o evento à noite visa dar mais visibilidade à proposta, além de proporcionar uma nova perspectiva da cidade para os participantes.

Grupo percorreu as ruas de Lajeado para chamar a atenção sobre as alternativas para o transporte

Grupo percorreu as ruas de Lajeado para chamar a atenção sobre as alternativas para o transporte

Professor do curso, Alexandre Santos afirma que Lajeado regrediu em sua relação com os ciclistas. Lembra que a cidade chegou a ter ciclovia, mas que depois o espaço deu lugar a estacionamento para carros.

“Lajeado é hoje uma das cidades com mais carros por habitantes do RS, e isso prejudica tanto quem dirige, quanto quem pedala quanto quem anda na rua”, aponta. O representante comercial Vitor Lieberknecht, 52, concorda com a constatação. Participante de um grupo de pedalada faz oito anos, ele decidiu integrar o evento para ajudar a promover o esporte.

“Já fomos melhores preparados para receber os ciclistas”, aponta. Segundo Lieberknecht, as ciclovias que ainda existem na cidade tem graves problema de limpeza e manutenção. “Não da para usar, pois do jeito que está sempre furam os pneus.”

Além disso, alega, falta fiscalização no trânsito para impedir que os carros avancem sobre os espaços destinados aos ciclistas. Para Lieberknecht, se o município der condições para a criação de uma cultura da bicicleta, mais pessoas deixarão os carros em casa para começar a pedalar.

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Mobilidade e saúde

Professor de geografia, Fernando Oliveira, 31, afirma ter paixão por bikes desde a infância, além de ter participado de viagens longas pedalando. Para ele, o passei é fundamental por mostrar a bicicleta como uma opção de transporte viável, e se torna ainda mais representativo por ser organizado pela Univates

“É uma instituição que forma mentes”, ressalta. Conforme Oliveira, os ciclistas ainda são muito desrespeitados no trânsito, prova disso são as críticas dos motoristas às ciclovias. “Apesar das reclamações, a via era muito utilizada por trabalhadores que se sentiam muito mais seguros para transitar de bicicleta.”

Estudante de Arquitetura, Bia Furtado, 28, integra o evento por Participo por acreditar na união de todos participantes em prol da causa. “Também é interessante fazer esse passeio pelas ruas da cidade à noite, ao mesmo tempo em que desenvolvemos uma atividade física.”

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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