O Complexo Esportivo da Univates recebeu a 7ª edição da Feira de Ciências promovida pela instituição. Voltado para descobrir talentos na área da pesquisa, o evento reuniu 76 trabalhos de 212 alunos dos ensinos Fundamental, Médio e Técnico.
Ao todo, 26 escolas dos Vales do Taquari e Rio Pardo participam da mostra. Além de explorar as diferentes pesquisas, participantes e visitantes também puderam assistir a apresentações do planetário móvel da Univates e conhecer o projeto Baja, veículo desenvolvido por estudantes de engenharia.
Um dos projetos de maior destaque na mostra foi desenvolvido pelo estudante Rômulo de Almeida, 17. Aluno do Ensino Médio da escola Castelo Branco, ele construiu três máquinas que imprimem desenhos e objetos criados no computador.
Um dos equipamentos realiza trabalhos em madeira, o segundo é uma impressora 3D que faz objetos de plástico e o terceiro foi criado com materiais reciclados e faz desenhos a caneta. De acordo com Almeida, foram de três a quatro meses de pesquisas para construir as máquinas.
“A principal fonte foram sites estrangeiros na internet, pois ainda existe pouca informação disponível sobre o tema no Brasil”, ressalta. Segundo ele, o custo para desenvolver os equipamentos ficou muito abaixo do preço de mercado das máquinas similares.
Ao todo, o estudante gastou R$ 1 mil para construir a impressora de madeira e R$ 700 com a 3D. Em média, máquinas como essas custam de R$ 4 mil a R$ 7 mil. “O terceiro equipamento não teve custo, pois fiz com sucata.”
Pela primeira vez na feira, Almeida se disse surpreso com a quantidade de projetos interessantes e de contatos realizados durante o evento. Para ele, a participação representa um estímulo para buscar novos conhecimentos e criar inovações.
Solução para aviários
Alunas do 5º e 6º anos da escola Pedro Pretto, de Travesseiro, Julya Delazzeri, 12, Gabrieli Maffi, 11, e Mayare Ahne, 12, trouxeram para a feira uma chocadeira caseira de baixo custo.
De acordo com Julya, a ideia surgiu devido à característica produtiva do município, com muitas famílias cuja principal atividade é a avicultura. “Meu pai tem aviário, e sempre víamos como era o processo para chocar os ovos férteis e pensamos em criar uma máquina que pudesse ser levada para casa.”
Conforme Gabrieli, a choca leva cerca de 21 dias a uma temperatura média de 38ºC. O processo é controlado por um termostato, e vasilhas garantem a umidade necessária para o desenvolvimentos dos pintos.
Para Maryane, a participação na feira é uma ótima oportunidade para mostrar o projeto para pessoas que moram em zona urbana, e que não podem ter um aviário em casa.
Energia solar
Estudantes da escola Ipiranga, de Colinas, Guilherme Diehl, Alexandre Peres e Lucas Müller, todos com 11 anos, desenvolveram um carrinho movido a energia solar. De acordo com os alunos, o projeto levou cerca de três meses para ser concluído, incluindo a pesquisa e o desenvolvimento.
“Foi um trabalho muito interessante porque também teve apoio de outros alunos da escola, além dos professores”, afirma Diehl. Para ele, mostrar o trabalho em um evento que reúne tantas pessoas como a feira estimula a criar novas pesquisas para as próximas edições.
Os três melhores projetos em cada categoria de ensino receberão uma menção honrosa, enquanto os trabalhos classificados em primeiro lugar geral nas categorias Médio e Técnico se classificam para participar da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia – Mostratec 2018. Os vencedores serão conhecidos no dia 24.
A Feira de Ciências da Univates é realizada pelo projeto de pesquisa Tendências no Ensino e pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação. Tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto TIM.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br