Fundador do banda Just Blues, Jones Fiegenbaum é mestre em História da América Latina e doutorando em Ambiente e Desenvolvimento na Univates. Organizador de eventos de rock e blues, divide a paixão pela música com a militância política e ecológica.
• Como começou a se interessar e organizar eventos de música?
Me interessei por música desde muito cedo, principalmente por gêneros das décadas de 50 e 60. Os estilos primordiais são o blues e rockão antigo. Por gostar de um estilo mais específico, sempre senti falta de bandas que interpretassem o gênero em nossa região. Quando a Just Blues começa, entre os anos de 2000 e 2001, o objetivo era divulgar esse estilo. Assim nasce a ideia de participar de festivais e, na falta deles, de criar nossos próprios eventos.
• Por que o blues?
Como sempre gostei de sons mais antigos, procurei saber de onde vinham as influências de Chuck Berry, Jerry Lee Lewis, Litlle Richard, entre outros. Me aventurei nas raízes do estilo e me apaixonei. O blues, em seus primórdios, é uma forma de lamento, contestação, de um povo ter voz, sendo ele escravizado e perseguido por várias gerações. Precisava dar continuidade ao trabalho desses caras e mostrar para todo mundo suas verdades.
• Por que se tornou militante em causas políticas e ambientais?
É extremamente importante participar da vida política de um país, ter noção que somos os agentes que construímos nossa história. A representação política está em todas as instâncias, desde a associação de moradores de um bairro até Brasília. Me aproximo disso desde o tempo de estudante. A vida pública é intrínseca ao nosso caminhar, e as causas ambientais são urgentes no debate mundial. Zelar por um mundo mais sustentável, com maior incremento de políticas públicas, é vital para manter a qualidade de vida.
• Como você avalia o atual momento político?
Extremamente complicado. Estamos num mundo intolerante, egoísta, incapaz de ver demandas sociais mínimas para o próximo. Não podemos retroceder, não podemos fazer justiça com as próprias mãos. Não dá para admitir que o partido nazista ressurja na Alemanha ou que um período obscuro como a Ditadura Militar tenha como voltar. Percebo que alguns preceitos comunistas/socialistas não sejam aplicáveis no mundo atual, assim como o capitalismo não cumpre com as funções básicas, de assegurar saúde, alimentação, segurança, educação e reduzir impactos ambientais.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br