Os números da 8ª Construmóbil surpreenderam participantes e organizadores. Encerrada no domingo, atraiu três mil visitantes a mais que 2015 e superou em 44,8% os valores em negócios, mesmo com quase 50 expositores a menos em relação à edição anterior.
Entre vendas fechadas e prospectadas durante os seis dias, a soma chegou a R$ 42 milhões e, para muitos, foi o marco do fim da crise. “Quando começamos a pensá-la, até tínhamos um receio em como iríamos desenvolvê-lá devido ao momento econômico. Até imaginávamos, pelos expositores, que teria um crescimento, mas não tão significativo”, afirma o presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Miguel Arenhardt.
Ele considera que o resultado surgiu da adesão do público, confiança no mercado e do trabalho dos expositores, que agora pedem mais da organização. Em conjunto com o presidente da feira, Marcos Mallmann, Arenhart visitou todos os estandes e constatou que a maioria quer a modificação no período da Construmóbil. No lugar de dias corridos, como ocorre desde a primeira edição, a ideia é que a exposição ocorra em dois fins de semana sequentes.
O objetivo é obter ainda mais ganhos, por meio de um número maior de visitantes. “Muitos comentam que estão viajando ou gostariam de vir mais uma vez. Porém o curto período, durante a semana, atrapalha”, comenta a diretora da Antares Imobiliária e Loteadora, Fabiana Althaus Engster. Participante faz quatro edições, a empresa construiu um espaço em conjunto com a Ômega Construtora a um custo superior de R$ 100 mil.
Ela afirma que nesse modelo a empresa já teve bons ganhos, tanto em vendas fechadas quanto prospectadas, mas a ideia é ampliar. “Fizemos um alto investimento, e percebemos a necessidade de mais fins de semana para ter esse retorno. Falamos com outros expositores que também concordaram. Normalmente a terça e quarta-feira não tem tanto público”, comenta.
A ideia também é compartilhada pelo proprietário da Construtora Zagonel, José Zagonel. “ A feira foi excepcional, o público estava mais focado, conseguimos mais negócios que nos outros anos. Mas fazemos um investimento bem alto, então, acho que é perfeitamente viável. É uma necessidade da feira.” Diretor da Construtora Diamond, Gustavo Schmidt acredita que o modelo atual supre as necessidades dos expositores. Os dias da semana diluem o custo, e têm bom movimento. “Na nossa opinião, deveria continuar assim”, aponta.
Avaliação geral
Presidente da 8ª edição, Mallmann afirma que todas as sugestões e críticas, coletadas a partir de uma pesquisa de satisfação, estão sendo tabuladas. Agora serão analisadas pela Acil e comissão organizadora da Construmóbil 2019, que terá como presidente a arquiteta Kátia Eckert, vice-presidente neste ano.
Para ele, a ampliação dos fins de semana é viável, mas depende da adesão da maioria.“O parque é de uso público, então, é preciso verificar com a prefeitura. E também ver se o expositor está apto a investir mais, principalmente os pequenos, afinal, a feira é voltada a diversos segmentos.”
Ele afirma que a solidez demonstrada nesta edição atraiu, além das empresas da região, investidores da Serra Gaúcha e do Vale do Rio Pardo. Parceiros nesta edição, empreendedores do litoral prometeram participação exclusiva na próxima. “Precisamos manter esse nível, que motivou elogios, inclusive de representantes de uma empresa japonesa.”
Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br
