Os debates protagonizados pela Construmóbil 2017 mostram avanços na maturidade política e privada local.
As circunstâncias me permitiram acompanhar algumas discussões, em uma semana farta de eventos técnicos, capitaneados pela feira.
Aqui destaco alguns: o fórum sobre gestão e empreendedorismo, o estudo encomendado pelo Sinduscom e os debates sobre os resíduos da construção civil e Plano Diretor.
Começo pelo último, ocorrido na quinta-feira, com gestores do governo, vereadores, empresários, urbanistas, engenheiros e arquitetos.
O mais impressionante no debate foi a franqueza e transparência dos posicionamentos. Ninguém jogou confete para agradar.
Quando as discussões ganham esse patamar, damos um passo para resultados concretos.
Ainda que o conflito de interesses seja latente, o debate mostrou um governo municipal aberto às críticas. Os vereadores reconheceram erros do passado e desejam participar mais. Os demais representantes de entidades revelaram coragem para expor o que pensam.
As opiniões fluíram e estabeleceram um diálogo aberto e saudável. Semelhante foi o painel anterior sobre resíduos da construção civil, cujo tema carece de encaminhamentos concretos.
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Ainda com relação ao Plano Diretor, fiquei impressionado com o levantamento contratado pelo Sinduscom. Indicadores com base em dados do IBGE permitem cotejar as propostas coletadas nas audiências públicas e estabelecer estratégias. Temos a possibilidade de cruzar informações e produzir métricas para sair da zona dos “achismos”.
Aliás, quanta coisa não é como alguns “tentam vender” para a opinião pública. Interpretar os dados corretamente é o desafio.
Por último, remeto ao fórum de quarta-feira, na Univates. Não pela qualidade técnica dos palestrantes, mas pela importância que essa discussão ganha na região.
O projeto Negócios em Pauta começou tímido, mas a cada tema colocado à mesa os interesses e resultados se multiplicam.
No fórum, ficou evidente um paradoxo: ao mesmo tempo em que precisamos de coragem e ousadia para empreender, somos desestimulados pela instabilidade política e econômica de um país desarrumado.
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Existe, no entanto, uma coisa que nos permite ousar com mais segurança: a qualificação ou o domínio daquilo que fazemos. No mundo dos negócios, isso se chama gestão.
Repito o que disse no fórum: arriscado é se aventurar com base apenas na vontade demasiada ou na sensação empírica de que vai dar certo. É suicídio, nos dias de hoje, se atirar sem saber. Não podemos confundir feeling com loucurada.
O Fórum Estadual de Gestão e Empreendedorismo trouxe à luz uma percepção mais aguçada. Seu papel foi despertar em todos nós uma visão mais ampla sobre o contexto tecnológico, econômico e corporativo em um mundo conectado e globalizado.
As coisas mudam rápido, mas o conhecimento se impõe. Ele nos coloca no tempo certo das coisas. E assim, no mínimo, nos permite decidir melhor, ainda que boa dose de ousadia seja vital para empreender e se encorajar em um país como o Brasil.
Portanto, no domingo, encerramos a feira de exposição, mas seguimos com o conhecimento adquirido. Esse é o legado que um evento de conteúdo proporciona a quem dele se apropria.
As alianças entre os diferentes líderes e organizações confirmam uma semana rica de aprendizados e conhecimentos.
Vamos avante. Um bom fim de semana a todos!
“A mente intuitiva é um dom sagrado, e a mente racional um servo fiel. Só que nós criamos
uma sociedade que honra o servo e muitas vezes esquece o dom”.
Albert Einstein, físico alemão