O alto índice de mortes no trecho de dez quilômetros, entre a entrada de Conventos em Lajeado e o trevo principal de Estrela, motiva ação pioneira da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O órgão fiscalizador gerencia um estudo para instalação de controladores de velocidade no perímetro, e pretende fazer a gestão dos equipamentos.
Hoje o controle dos aparelhos é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). “Temos grande dificuldade em qualquer atitude relacionada aos radares porque não somos administradores. Se formos gestores tudo fica muito mais fácil”, afirma o inspetor-chefe da 4ª Delegacia da PRF, Ronaldo Brito.
Hoje os dois órgãos trabalham em conjunto no estudo do projeto. A intenção é que, nesses dez quilômetros, sejam instalados até seis controladores. A quantidade dependerá do custo, afirma Brito.“O Dnit já faz o estudo para evitar custos com empresa particular. Não é algo barato, e fácil. Depende de toda a parte de edital, mas é do que precisamos. Antes tarde do nunca.”
Ele ressalta a necessidade de pelo menos dois equipamentos no trecho, considerado o mais acidentável dos 310 quilômetros monitorados pela 4ª delegacia. No ano passado, de 831 acidentes, 71 ocorreram somente nesses dez quilômetros. Do total de 18 com óbito, sete foram no local, um percentual de 38,8%.
“Em qualquer relatório que tiramos, esse ponto salta aos olhos. É o que tem mais acidentes, mais mortes, mais gravidade.” A maioria causada pelo excesso de velocidade. A pretensão da PRF é concluir o projeto dos controladores ainda em 2018, para que seja incluído no plano orçamentário de 2019.
Outra alternativa seria integrá-lo no plano de concessão da rodovia, para que os custos de implantação ficassem sob a responsabilidade da empresa contratada.“Mas primeiro precisamos ver se vai ocorrer mesmo. Se a concessionária não quiser, a PRF tem o total interesse, mas aí precisamos dos recursos da União”, explica.
Até que ocorra uma conclusão acerca da instalação dos controladores, a ideia é ampliar o uso de radares fotográficos no local. Isso porque outros pontos preocupantes, como Tio Hugo, Soledade, e Trevo da Santa, em Nova Santa Rita, já estão com pardais.
Rótulas
A construção de duas rótulas nesses perímetro urbano também poderá auxiliar na redução dos acidentes. Uma delas, em frente à Movesco, já está incluída no plano de concessão da rodovia, assim como transposições subterrâneas e outras intervenções. Porém, a instalação de rótula em frente ao Country Club ainda está em estudo, pois implicaria em custos elevados, aponta Brito.
Comunidade pede lombada
A morte do barbeiro Bruno Brant, 72, em Marques de Souza, há cerca de dois meses, motiva a mobilização comunitária para instalação de uma lombada eletrônica na entrada da cidade. Moradores realizam, sob a coordenação da suplente de vereadora Sheila Scherer (PDT), um abaixo -assinado para enviar ao Dnit. Entre terça e quarta-feira, cerca de 190 assinaturas foram recolhidas. O objetivo é chegar a duas mil. Folhas foram deixadas em escolas, hospital, na câmara de vereadores e farmácia de propriedade da suplente. “É um local muito perigoso. Pelo que sabemos, já tem um pedido antigo no Dnit, mas queremos reforçar”, afirma Sheila.
Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br
