O Teatro Univates recebe amanhã um dos maiores eventos de qualificação empresarial da região. Realizado pelo A Hora e Sincovat, o Fórum Estadual de Gestão e Empreendedorismo reunirá cinco palestrantes renomados para abordar temas relevantes para o desenvolvimento dos negócios.
Economista-chefe do Banco Cooperativo Sicredi, Alexandre Barbosa, falará sobre o contexto econômico e as consequências para o empreendedorismo. Segundo ele, o Brasil inicia um ciclo de recuperação após forte crise.
Porém, ressalta a necessidade de adotar medidas capazes de assegurar sustentabilidade desse crescimento incipiente. Para o palestrante, é preciso alterar questões estruturais para melhorar o ambiente de negócios.
Governador do Estado, José Ivo Sartori fará a palestra de abertura do evento, abordando as perspectivas econômicas para o futuro do RS. Completam o fórum a jornalista Suzane Veloso, o publicitário Fábio Bernardi e o CEO do Walmart Paulo Sérgio Silva.
Realizado em parceria do CRIE/Univates e apoio do Grupo Independente, Sebrae, Governo de Lajeado e CIC Vale do Taquari, o fórum integra as programações da Construmóbil e da Semana Acadêmica da Univates.
Impulso para o desenvolvimento
O presidente-executivo da Dália Alimentos, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, destaca a organização do evento, com temas e palestrantes de reconhecida qualidade e que atendem aos interesses do setor empresarial.
Para ele, o Vale do Taquari mantém o empreendedorismo e a capacidade de gestão como características, assegurando destaque entre as mais desenvolvidas do estado. “Não por acaso, nossas potencialidades são reconhecidas, como o agronegócio e o setor de serviços crescente.”
De acordo com Freitas, a diversificação regional também contribui para o avanço da região, uma vez que as potencialidades não ficam restritas a um determinado segmento.
Entrevista
“ A minha dúvida é se conseguiremos sustentar um novo ritmo de crescimento”
A Hora – Como você avalia a atual conjuntura econômica e quais as perspectivas para o futuro?
Alexandre Barbosa – O Brasil passou por excessos entre 2012, 2013 e 2014 que acabaram culminando em dois anos muito ruins na economia. Os sinais são de que batemos o fundo do poço e entramos em uma trajetória de recuperação. É uma questão cíclica, que ocorre de forma periódica, mas que dessa vez foi mais grave. Vamos acabar o ano de 2017 melhor do que começamos. Isso é positivo, pois não ocorria desde 2013, 2014. Para frente, mesmo com todas as instabilidades, sejam política, econômicas ou institucionais, vamos passar por um período de recuperação. A minha dúvida é se conseguiremos sustentar um novo ritmo de crescimento. Isso depende muito do que está e do que será feito nos próximos anos.
O que este momento do ciclo econômico representa para o empreendedor?
Barbosa – Os números já estão melhorando. Para o ano que vem, tudo indica que serão melhores ainda. Para o empreendedorismo, sempre que entramos em um ciclo de crescimento, melhora a situação. O grande ponto é saber o quanto essa recuperação dará segurança para o empreendedor investir daqui a dois anos, no período pós-eleitoral. A partir de então, não iremos discutir qual será o presidente, se uma nova denúncia derruba ou não o chefe do Executivo. Poderemos nos voltar para aspectos relevantes para a economia. Ainda para este ano esperamos taxas de desempregos menores, juros e inflação em baixa, fatores que contribuem para o consumo das famílias.
Quais são as mudanças necessárias para assegurar sustentabilidade a esse crescimento?
Barbosa – Aprovar reformas importantes como a da Previdência e a tributária e ajustar o país estruturalmente. Isso é fundamental. O Brasil ainda é um país que, se compararmos com outros, temos muito a melhorar nos ranking internacionais. Seja em termos de ambiente de negócios, na educação, percepção de corrupção e competitividade, estamos longe do que deveria para um país do porte do Brasil. São aspectos estruturais que precisam ser trabalhados para um crescimento mais robusto. O Brasil é o 123º país entre 190 no ranking de ambiente de negócios. Um desses subindicadores é a velocidade para abrir uma empresa. O Brasil é extremamente lento e burocrático, isso precisa mudar. A educação tem que melhorar muito. Ainda temos muito para fazer no longo prazo.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br