A profissão está presente no cotidiano da população, atuando na saúde e no bem-estar dos animais, das pessoas e dos alimentos de origem animal. A importância do país como exportador de proteína animal, a garantia de inocuidade dos alimentos, diversos aspectos relacionados à saúde pública e também do meio ambiente fazem do médico-veterinário um profissional indispensável.
Ele atua em mais de 80 áreas. Desde a saúde de pequenos animais, passando pela pesquisa de medicamentos, garantia do bem-estar animal e preservação da fauna silvestre até a segurança dos alimentos de origem animal.
Formado pela Faculdade de Medicina Veterinária da UFRGS em 1970, Gilberto Moacir da Silva, presidente da Amvet, destaca os desafios e a importância dos profissionais.
Quais foram as principais evoluções e como a sociedade percebe a importância do trabalho realizado?
Gilberto Moacir da Silva – A atuação do profissional é nas mais diversas espécies de origem animal e nas mais diversas áreas. Trabalhamos para que ocorra melhoramento genético, no sistema de produção, atuamos no controle sanitário, com foco no bem-estar animal, e pela conservação de alimentos de origem animal para consumo humano. Em todas as áreas, tivemos evoluções. Como exemplo, cito o melhoramento genético ocorrido nas últimas décadas com a suinocultura: saímos do “porco banha” para uma carne leve, saborosa, com cortes selecionados e de qualidade. Na área pet (animais de estimação), houve aprimoramento do conhecimento técnico e melhorias estruturais, equipamentos modernos nas clínicas que dão condições ao profissional para fazer um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
Qual é o principal desafio da profissão hoje?
Silva – A responsabilidade está cada vez maior no que diz respeito a alimentos de origem animal, desde a produção em nível de propriedade até a sua industrialização, conservação e comercialização em condições adequadas. A questão saúde animal têm sido uma preocupação constante. O Brasil tem uma participação muito grande no mercado internacional com proteína animal (aves, suínos, bovinos). Certas doenças, além de atingir os animais, trazem influência negativa sobre esse mercado. Por isso, a questão saúde animal é uma preocupação para todos.
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A entidade é a favor ou contra a terceirização da fiscalização? Por quê?
Silva – Entre os colegas, existem diferentes opiniões. Não posso me manifestar como entidade. Eu, pessoalmente, sou a favor da terceirização, pois atenderá uma demanda que o Estado não consegue suprir. Com a mudança, há possibilidade de ocorrer um aumento de atividade na área de produção, com mais controles para maior qualidade dos produtos a serem disponibilizados ao consumidor. Também abrirá mais mercado de trabalho. É importante que haja uma normatização e regulamentação do serviço e que dê segurança à atuação do profissional junto ao sistema produtivo. E, ficando para os órgãos oficiais, as auditorias do serviço prestado pelos profissionais contratados pela empresa.
Cabe ao profissional ter uma visão holística e procurar incentivar ações sustentáveis e de preocupação com o ambiente? Como fazer isso?
Silva – Em todo sistema produtivo, devemos nos preocupar com a produção sustentável. Devemos aumentar a produtividade, mas nunca deixar de lado a questão ambiental. Trabalhar em conjunto com profissionais da área ambiental e seguir as leis, além de repassar esse conhecimento ao sistema produtivo tanto na área rural quanto na área agroindustrial. Por meio de trabalhos de pesquisas, de melhoramento genético, sanidade animal, seleção e nutrição, trabalhamos para aumentar a produtividade e a qualidade do alimento a ser oferecido.
Considerações finais
Silva – Em 9 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Médico-Veterinário. A data foi escolhida pois nesse dia, em 1933, foi publicado o decreto do presidente Getúlio Vargas normatizando as condições para o exercício da profissão, bem como seus campos de atuação, e a exigência de diploma de curso superior para o exercício profissional.