Segundo o vice-presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócio (Cepan) da Ufrgs, Jean Fhilipe Révillion, pesquisas mostram que as pessoas confiam mais em pequenas empresas pela questão da qualidade do produto. “E toleram pagar mais caro por alimentos produzidos a partir de práticas sustentáveis e de cuidados ambientais”, explica.
Révillion acrescenta que a mudança na percepção do consumidor fez com que ele procurasse uma alimentação mais saudável. “E o problema maior é na escassez de oferta do que na demanda, mas que ainda parece reprimida em função do preço dos alimentos orgânicos”, diz.
O sociólogo e professor do programa de pós-graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) da UFRGS, Sérgio Schneider, mostrou o histórico das mudanças ocorridas ao longo dos séculos, em função das alterações de hábitos de consumo. “Estou convencido que estamos começando mais uma grande revolução diante da insatisfação do consumidor que busca uma alimentação mais saudável. E isso implica diretamente na agricultura, em mudanças no modo de produção dos alimentos, que, nos últimos anos, tem sido mais responsável por doenças do que por saúde. A intenção é mudar essa realidade. É o comportamento do consumidor que está mudando a demanda”, afirma.
O supervisor da microrregião do Vale do Rio dos Sinos da Emater, Rui Rotava, explica como a instituição contribui nesse processo. “A Emater já percebe essa demanda faz cerca de duas décadas. E ela está cada vez mais crescente. Por isso, não nos furtamos de prestar qualificação e assistência técnica para incentivar os agricultores para uma produção mais saudável e sustentável”, avalia.
Segundo o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, a diversidade, a qualidade e a segurança alimentar oferecidas pela agroindústria familiar são diferenciais que garantem um mercado promissor. “As pessoas estão cada vez mais preocupadas em comer produtos saudáveis e encontram isso nas agroindústrias”, afirma.