Historiador amador quer montar um museu

Procura-se raridades

Historiador amador quer montar um museu

Lothar Krummenauer já tem cerca de 150 peças, entre documentos, livros, ferramentas e fotos

Historiador amador quer montar um museu
Lajeado

No lugar de fotografias de família, as paredes do corredor principal da casa do supervisor industrial Lothar Krummenauer, 50, são decoradas com documentos antigos. Escritas em alemão, as folhas datadas do início do século XX registram fatos com o batismo do avô. Elas são apenas uma parte da coleção de objetos antigos que ele começou faz sete anos. O objetivo: montar um museu.

Morador do bairro Centenário, de Lajeado, ele já acumula cerca de 150 peças, que ocupam a garagem e ainda estão distribuídas por todos os cômodos da casa. A iniciativa começou com os negativos em vidro deixados pelo bisavô, que era fotógrafo em Erechim. “Ouvia a vó contando histórias e sempre tive interesse nessas coisas.”

Entre os itens, um dos principais é uma aquisição mais recente, que ainda não foi transportada por falta de espaço. É uma prensa de cana que, segundo ele, tem mais de cem anos. De volume industrial, o item ocupa uma sala inteira, por isso, ainda está em um galpão em Forquetinha.Custou R$ 3 mil. Sempre que possível, ele reserva entre R$ 200 e R$ 300 ao mês para comprar antiguidades.

Na casa de Krummenauer, é possível encontrar machados indígenas, notas e moedas de diversos países e anos, ferramentas, louças, livros. Para guardar os itens mais volumosos, como pilão, cocho e arado, ele ocupa um anexo, originalmente construído para ser um salão de festas. Um rádio transglobal que ainda funciona e sintoniza emissoras “do mundo todo” é um de seus orgulhos.

Além disso, também lê muitos livros de história – tem cerca de 60. “Alguns estão em alemão gótico, então tenho mais dificuldade de ler”. Também tem o curioso hábito de visitar cemitérios e investigar sobre os finados. “Gosto de ver quem está enterrado e conhecer a história dessas pessoas.” Em sites de imobiliárias, ele encontra lotes que possam guardar antiguidades. “Algumas vezes eu consigo encontrar o dono e conversar. Muitas coisas eu encontro apodrecendo.”

Sempre que tem oportunidade, conversa com pessoas de outras cidades a fim de encontrar raridades. No futuro, espera construir um pavilhão para dar vida ao museu. Para impulsionar a proposta, também pesquisa uma forma de encorpar o projeto por meio da Lei Rouanet.

Em vias de se aposentar, o mestre em Administração não descarta voltar à sala de aula. Desta vez, para cursar História. “Administração me deu o meu sustento, mas talvez um dia eu faça História. Gosto de conhecer, fazer explorações, ver onde o antigo passou.”

Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais