Cassandra e Marlisa

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Cassandra e Marlisa

Um exemplo vale por mil palavras, reza o adágio.
Ontem de manhã, por mais de duas horas, promovemos no IEEEM em Estrela relevante e produtivo debate sobre educação e ensino, cuja matéria-prima forma a reportagem das páginas 6 e 7 desta edição. Vai lá e confere. Leia. Afinal, promover e melhorar a educação e o ensino não é tarefa exclusiva dos professores. Cabe a mim, a você e a toda sociedade.
O debate, entre outras coisas, abordou a desmotivação dos professores, a necessidade de inovar e pensar melhor sobre a sociedade que queremos. Tratou sobre brigas, agressões a professores, greve, formação inicial e continuada, planos de ensino, satisfação profissional, e por aí vai.
Ao fim do painel, quando todos já tinham saído, a diretora do IEEEM, Ângela Zimmermann, me pegou pelo braço e perguntou: “Tem mais um minuto? Então vem comigo, quero te mostrar um exemplo daquilo que faz a diferença e mostra na prática um pouco do que se falou no debate.”
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Caminhamos pelos corredores vazios e silenciosos da escola, também em greve. “Pare e ouça”, sugeriu-me a diretora, em voz bem baixa. Do lado de fora de uma das tantas salas vazias do colégio, ouvíamos Cassandra Fernandes e Marlisa Protas, num diálogo empolgante sobre práticas e métodos de ensino. Pareciam lecionando para dezenas de alunos.
Ambas são professoras estaduais e recebem salário parcelado faz meses. Estavam na escola para trocar experiências sobre como influenciar e estimular mais e melhor os alunos e como aperfeiçoar suas performances enquanto docentes. Questionei-as sobre o estímulo e a razão que as levava até a sala de aula, mesmo em período de greve. A resposta: “durante os dias de aula, não dá muito tempo para trocarmos essas ideias. Estamos nos aperfeiçoando e preparando para obter melhores resultados com nossas turmas. Evoluir e se qualificar é do nosso ofício.”
Parabéns, Cassandra e Marlisa. A diretora Ângela tinha razão. São atitudes como a de vocês que fazem a diferença e merecem ser compartilhadas e multiplicadas.


Presença marcante

O Seminário Vida + Viva Sem Àlcool, marcado para amanhã e sexta-feira, no Teatro Univates, traz uma palestra requisitada país afora. Idealizadora do programa Vida Urgente de Porto Alegre, Diza Gonzaga compartilhará detalhes de como surgiu a ONG que hoje é responsável direta pela redução dos acidentes relacionados ao uso de álcool no trânsito da capital.
A entidade nasceu após a morte do filho de Diza, vítima de um acidente, em 1995. A história emocionante e as lições do Vida Urgente podem ser conferidas sem custo amanhã à noite.


A favor das árvores

Amanhã, 21, é o Dia da Árvore. Em Lajeado, o governo municipal aproveita a data para lançar um programa de conscientização ambiental para preservação das árvores. Boa e relevante iniciativa diante do avanço urbano e dos conflitos recorrentes.
O curioso do fato é o local onde a atividade será apresentada. Nas proximidades da av. Acvat, onde faz poucos dias uma polêmica maiúscula foi criada em torno da derrubada de árvores.


Falar em retomada do militarismo é uma afronta ao brasileiro

Falar em retomada do militarismo é uma afronta ao brasileiro

Abaixa a arma, general!

O combate à corrupção foi usado como pretexto pelos militares que deram o golpe em 1964. Eles prometiam devolver o poder aos civis, mas deixaram os brasileiros 25 anos sem votar para presidente.
Cinquenta e três anos depois, o general Antonio Hamilton Mourão usa do mesmo subterfúgio para criticar a Constituição e falar em hipotética nova “intervenção militar” para resolver os problemas do país.
Na sexta-feira passada, o general Mourão chamou de “excelente” uma pergunta que propôs o fechamento do Congresso e emendou: “Ou as instituições solucionam o problema político pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso”, declarou.
É repugnante a roubalheira e o sistema de corrupção que se instalou a partir de Brasília. Ainda assim, falar em retomada do militarismo é retroceder a um passado nefasto, que só serve de lembrança e lição como algo que jamais deverá voltar.
O Brasil precisa combater a corrupção. A Operação Lava-Jato e as prisões de homens do colarinho branco, intocáveis até pouco tempo atrás, dão a esperança de que o país tem jeito, desde que pelas vias constitucionais, sem golpe militar, nem de esquerda e nem de direita.
É preciso que as investigações e apurações, por mais dolorosas que sejam, continuem. A degradação do país é épica, mas a partir dos mecanismos constitucionais tem a chance de sair recuperado das ruínas. Temos a oportunidade, com tudo às vistas, as entranhas escancaradas, mortos e feridos, de refazer uma nação em que não sejamos ludibriados por PT, PMDB, PSDB ou do “P” ou “M” que for.

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