Embora a notícia de instalar duas praças de pedágio entre Lajeado e Porto Alegre cause dissabor, ela vem com alguns alentos. As obras incluídas a duras penas graças à pressão das entidades dos vales – aqui destaco o Codevat – permitem um balanço menos ruim.
Todas fundamentais, as novas intersecções, vias marginais, passagens inferiores e a duplicação da rodovia de Lajeado até Marques de Souza em quatro anos representam um avanço importante em comparação à proposta inicial. Agora é preciso ficar vigilante para que tudo ocorra de fato.
O preço do pedágio é o próximo passo: R$ 7,48 é um valor ainda alto, embora dizem ser o máximo estipulado, pois pode diminuir, segundo a própria Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Negociar a diminuição do valor deve ser o foco daqui para frente. Afinal, serão quase R$ 30 para cada viagem de ida e volta à capital com um carro de passeio.
Apesar de existirem outros pedágios que cercam o Vale do Taquari, o trecho em direção a Porto Alegre é o que mais afeta a região. Os compromissos na capital e o escoamento da produção se dão em maior escala nesse destino. Logo, o ônus maior está no trecho onde haverá duas praças.
A matéria completa que o A Hora trouxe na sexta-feira, nas páginas 4 e 5, permite outra reflexão: a triplicação da ponte entre Lajeado e Estrela, com as respectivas conexões marginais, facilitará para quem se desloca entre as cidades. Isso fará uma grande diferença.
Tão importante como ficar atento ao novo contrato de concessão da BR-386 é a ideia maluca da EGR, nas estradas estaduais. Não faz o menor sentido falar em reajuste do pedágio e apresentar rodovias esburacadas como as atualmente existentes. O governo não tem legitimidade para isso, ainda mais quando lemos a matéria publicada pelo A Hora no dia 9 deste mês. Os dados (imagem) que o jornal publicou afrontam o bom senso, pois a autarquia sequer reinveste o que arrecada.
Não foi à toa que a coluna do Fernando Weiss, com o título “Me belisquem. Quero acordar”, viralizou na internet. Centenas de críticas e milhares de compartilhamentos rechaçaram essa infeliz ideia de pedir um aumento acima de 80% na tarifa dos pedágios comunitários.
Os últimos exemplos de articulação regional nos mostram que devemos nos posicionar. O leite é um bom exemplo, o pedágio não foge à regra. Dessa forma, o Vale deve assumir papel de protagonista nas causas relevantes. Não pode aceitar calado as indiferenças. E essa articulação implica na união de esforços, unindo entidades, empresas, políticos e todos aqueles que dependem dessa região para tocar suas vidas e seus negócios.
Em resumo, os contratos da Sulvias e da EGR foram equívocos que não se devem repetir.
Blumen Park: conceito desconhecido
Durante a semana, o Estúdio A Hora atendeu o convite da Imojel para conhecer in loco o condomínio Blumen Park, em Conventos. Acompanhei. O encontro foi organizado pelo diretor Paulo Pohl e os profissionais técnicos da empresa. Eles apresentaram o conceito do complexo e mostraram a infraestrutura já concluída. “Mais vale um exemplo do que mil palavras”. Eis a confirmação de um arrojo na prática.
O Blumen Park é uma exclusividade. Sua concepção não pode ter comparações, pois inexiste um similar na região. As áreas verdes, os lagos e a geografia diversificada dos quase 60 hectares criam uma atmosfera singular no ambiente. É como se fossem vários condomínios em um.
A estrutura das ruas asfaltadas em meio ao verde nativo enriquece o local que deve ganhar cerca de 300 moradores. Embora os lotes tenham todos mais de 450 metros quadrados, muitos optam por duas ou até três unidades, constata Pohl.
Para compreender a proposta, é necessário caminhar e passear de carro por entre o arvoredo e as obras. Um heliponto está pronto e se justifica pelo perfil de moradores que, segundo levantamento da Imojel, são adeptos do plano Unimed com resgate aéreo em caso de emergência.
O alto padrão ou premium, como é considerado pelos técnicos, reforça um nicho de moradores exigentes. A divisão interna natural do terreno, as três avenidas em seu entorno e as opções de lazer aliadas à segurança, mais custo-benefício diferenciam a proposta.
Na Construmóbil, a Imojel pretende anunciar o valor do condomínio. “Será uma surpresa positiva” adianta Pohl.
Para corroborar tamanho investimento com recursos próprios, a Imojel pretende iniciar uma divulgação mais técnica e pautada no conceito e singularidade do complexo, para muitos ainda desconhecido. Eis uma obra que vale a pena conhecer.
Polêmica na Acvat
As nove árvores cortadas pela Secretaria de Obras de Lajeado na avenida Acvat só faz sentido se for para substituí-las, num projeto de arborização mais adequado. Ainda que alcançavam a rede de energia elétrica, urge um plano de arborização correto para a cidade, sem ser apenas esse o motivo. Aguarda-se com expectativa a promessa de melhorias e replantio de árvores no local e uma política pública de arborização mais harmônica e adequada.
E, por favor, vamos evitar palmeiras esprimidas entre calçadas e marquises.
Lajeado terá centro de reprodução humana
O Hospital Bruno Born acerta os detalhes com os profissionais que atuarão no centro de reprodução humana a ser implantado na casa de saúde. Trata-se de um dos mais ousados e estratégicos nichos de mercado na saúde. Vanguarda, o especialista em vias de contratação, é um dos nomes mais respeitados na área. Para o diretor do HBB, Cristiano Dickel, a entidade precisa encontrar novas fontes de receita e, no caso da reprodução humana, estará entre o seleto grupo no país a oferecer tal especialidade.
O investimento inicial chegará a R$ 3 milhões.