A quantidade de atestados médicos nas escolas de Educação Infantil foi o assunto central na sessão da câmara de segunda-feira. Os dados apresentados mostram que entre os meses de maio e agosto eles somam cerca de 700 dias.
O município tem 106 profissionais que atuam nas escolas de Educação Infantil, entre atendentes, monitores, recreacionistas e professores. Desses, cerca de 80 apresentaram atestado no período citado.
Em função disso, há turmas que deveriam ter dois ou três professores e monitores, mas acaba ficando uma pessoa para atender as crianças. A situação faz com que reclamações constantes cheguem à Secretaria da Educação e aos vereadores.
Segundo a secretária Neide Maria Graciola, várias reuniões já foram feitas com as escolas, inclusive uma ontem à tarde com os diretores. Neide acredita em uma reconsideração de alguns funcionários, já que em encontros anteriores colegas já haviam se manifestados indignados pelo excesso de atestados.
“Quero parabenizar o Legislativo por estar olhando para essa situação. Esperamos que os professores e demais funcionários repensem e abracem conosco a causa em prol da educação das crianças, levem em consideração os colegas e tenham cuidado na hora de solicitar o atestado”, menciona.
Segundo ela, houve dias em que cinco a seis profissionais estavam de atestado, dificultando o atendimento em algumas escolas. A secretária esclarece que para atestados de dois ou três dias não é possível substituir, pois a lei prevê isso em casos de mais de 15 dias de afastamento.
Legislativo
O primeiro vereador a tratar do assunto foi Valdecir Gonzatti (PMDB). Ele considerou a situação preocupante e destacou a procura de vários pais para relatarem o descontentamento com o que vem acontecendo. “Não estou dizendo que as pessoas das escolas infantis não têm o direito de adoecer. Todos nós estamos vulneráveis a algumas coisas. Eu não sei se é por causa da carga horária ou excesso de trabalho. A gente não sabe. Não se sabe se talvez é o número de crianças. O que não pode é acontecer o que está acontecendo”, comentou.
Gonzatti disse ainda ser necessário o Executivo conversar com as direções e buscar uma solução, pois quando um profissional não está sobrecarrega outro.
Valdecir Cardoso (PP) também se manifestou e disse que recebeu várias reclamações. “Seria importante até pedir para a comunidade nos ajudar a dar uma fiscalizada se realmente existe ou não casos de doenças ou se há excesso de trabalho”, disse. Sugeriu ainda ahver funcionários que possam substituir os profissionais de atestado como ocorre em empresas privadas.
Celso Cauduro (PMDB) falou do bom senso que as pessoas devem ter. Ele enfatizou que também os médicos, na hora de dar o atestado, precisam verificar bem a situação.
Diego Preto (PP) mencionou que uma das justificativas poderia ser uma epidemia de gripe, mas concorda com o alto número de atestados. Sugeriu até rever a legislação municipal para solucionar o problema.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br