Realizada na sede do Ifsul, a sessão do Legislativo desta semana foi marcada por críticas à decisão do governo de cancelar o atendimento nas escolas infantis durante o período de férias. Vereadores da oposição pediram que o prefeito Marcelo Caumo reconsidere a decisão, durante reunião que também comemorou os três anos de atuação do Ifsul em Lajeado.
Carlos Educardo Ranzi (PMDB) foi o primeiro a criticar o encerramento do programa que assegurava o atendimento de crianças em janeiro. Segundo ele, mesmo que os demais municípios do Vale não ofereçam serviço semelhantes, como alegado pelo governo, é preciso pensar em alternativas.
“Em Estrela, existe o programa Colônia de Férias, com proposta semelhante”, lembra. Ranzi alega que o fim do serviço irá prejudicar não apenas as crianças, mas principalmente os pais e até mesmo as empresas onde trabalham esses profissionais. “É o patrão que determina o período de férias, e o trabalhador não pode exigir que isso ocorra sempre em janeiro por causa da ausência de creches”, ressalta.
Sérgio Kniphoff (PT) pediu sensibilidade ao prefeito, e lembrou que Caumo havia prometido manter o programa durante e após a campanha eleitoral.
“Entendo que as escolas precisem de um mês de férias, mas o governo passado se organizou para viabilizar essa ajuda para as pessoas que mais precisam”, reforçou. Segundo ele, serviços como este não podem ser considerados gastos pelo governo, e sim investimentos.
Ederson Spohr (PMDB) lembrou que a população que precisa do atendimento em janeiro já se programa para isso faz quatro anos. “Não podemos conceder um benefício e depois, de uma hora para outra, cortar.”
Já Nilson do Arte (PT) disse duvidar dos números apresentados pela administração municipal para justificar o cancelamento. Ele ainda criticou a secretária de Educação, Vera Plein, dizendo que a titular da pasta não conhece boa parte das escolas e creches do município.
Decisão polêmica
Na semana passada, o Executivo anunciou o fim do Creche 12 Meses, sob alegação de baixa adesão. De acordo com o município, o programa resultava em desperdício de dinheiro público, uma vez que apenas 42% dos turnos foram ocupados em janeiro deste ano.
Conforme o governo, das 417 crianças inscritas, 96 não compareceram em nenhum dos dias. Em 2017, o programa custou R$ 30 mil aos cofres públicos, gastos em alimentação, água, luz, telefone e material de limpeza.
De acordo com a secretária Vera Plein, 126 profissionais trabalharam no atendimento em janeiro. Segundo ela, o fim do programa permitirá mais tempo de convivência entre pais e alunos, além de possibilitar a limpeza e a conservação das creches.
Plano Diretor
Os vereadores também abordaram as reuniões realizadas pelo Executivo para discussão do Plano Diretor. Ranzi ressalta que os encontros não devem ser ocupados com discussões de coisas simples, como pedidos de troca de lâmpadas ou roçadas nas ruas, como tem ocorrido.
Ildo Salvi (Rede) pediu a retomada dos projetos de ciclovia, abandonados pelo governo anterior. Ele também solicitou a instalação de uma rótula em frente ao Ifsul devido aos perigos do trânsito no local.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br