Beleza de cerejeira-do-Japão atrai visitantes

Atração no americano

Beleza de cerejeira-do-Japão atrai visitantes

Localizada no terreno de dona Eunice, na rua Duque de Caxias, árvore virou ponto de encontro e cenário para fotos

Beleza de cerejeira-do-Japão atrai visitantes
Lajeado

O receio de que um dos símbolos do bairro Americano termine deu origem ao grupo Amigos da Cerejeira-Japonesa do Bairro Americano. Tudo começou após a proprietária do terreno onde está a árvore vender a casa. No grupo virtual, os quase 400 integrantes, entre moradores e admiradores da sakura (nome japonês), publicaram fotos em homenagem à cerejeira, que está no local faz 40 anos.

A árvore está no terreno de Eunice Fernandes Cattoi, 80. Os boatos de que seria removida para dar lugar a um prédio surgiram após Eunice decidir se mudar para um apartamento e vender a propriedade. A iniciativa de criar o grupo, inclusive, partiu do genro dela, o técnico em Informática Marco Dahmer. Ele diz que a negociação foi feita por intermediários, e que não há clareza sobre o destino da árvore.

Jair Schimitt, servidor municipal

Jair Schimitt, servidor municipal

Mulher de Dahmer e filha de Eunice, a psicóloga Eliana Fernandes Cattoi, 49, cresceu naquela residência ao lado das irmãs Denise, Cristina e Márcia. A árvore cuja copa cobre quase todo o jardim foi um presente. Eliana recorda que o pai, o oftalmologista Nestor Sérgio Cattoi (in memorian), ganhou a muda do “famoso japonês”, como era conhecido o dono da floricultura Japonesinha. O estabelecimento já não existe, e os proprietários deixaram a cidade.

Na época, a família acreditava que a muda era um simples arbusto. A grandeza do presente, no entanto, foi uma surpresa boa. Nos últimos dez anos, a cerejeira ornamental tem atraído diversos visitantes. No fim da tarde, quando costuma sentar na sacada para tomar chá ou chimarrão, a idosa não perde a oportunidade de prosear com os visitantes. “Ela adora. As pessoas param e ela fica conversando”, comenta Eliana.

Beleza que inspira

O bairro é Americano, mas o charme é japonês. E quem mora perto da cerejeira também se admira com a beleza das flores. O arquiteto Kiko Sulzbach, 62, nasceu e se criou no bairro. Acompanhou o crescimento da árvore. Para ele, hoje é o símbolo do lugar. Foi inspirado pela beleza das flores da cerejeira que viajou pela primeira vez ao Japão, há 15 anos.

Luciani Nunes, moradora do americno

Luciani Nunes, moradora do americno

De lá para cá, já foi uma segunda vez ao país. Além disso, perdeu a conta de quantas fotos já fez da cerejeira-do-Japão lajeadense. Assim como tantos, ele espera que os compradores do terreno preservem a árvore. “O fator econômico sempre prevalece, mas seria ótimo se a árvore ficasse ali.”, sugere.

O operário da Secretaria de Agricultura Jair Schimitt, 42, trabalha faz dois anos na praça. No celular, não faltam imagens que registram a floração da cerejeira. “Meu Deus do céu, essa árvore é muito linda! Acho que é a única de Lajeado.”

A atendente Luciani Nunes, 39, mora em um prédio próximo. Na cidade faz pouco mais de um ano, torce para que árvore fique. Nas horas de lazer, leva a filha, Amanda, 9, à praça. E a guria se reveza entre andar de patins e escalar a cerejeira.

Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br

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