Duas escolas paralisam aulas

Vale do Taquari

Duas escolas paralisam aulas

Colégios Érico Veríssimo e João de Deus aderem à greve

Duas escolas paralisam aulas
Vale do Taquari
oktober-2024

A greve do magistério deflagrada na terça-feira pelo Cpers não sensibilizou um contingente expressivo de professores no Vale. Ontem, o 8º núcleo do sindicato convocou assembleia para definir o posicionamento tomado em reuniões nas escolas. Apenas a Érico Veríssimo, de Lajeado, e a João de Deus, de Cruzeiro do Sul, mantêm paralisações.

A reunião teve a presença de 17 servidores do Estado. Além de demonstrarem indignação com o novo parcelamento de salários anunciado pelo Piratini, fato que desencadeou a greve estadual, os professores também falaram sobre o descontentamento com a falta de mobilização dos colegas.

Sede do encontro sindical, o colégio Castelo Branco, de Lajeado, ilustra esse cenário. Na terça-feira, os professores da maior escola do Vale se reuniram para votar duas propostas, de paralisação por três dias ou apenas amanhã. Apenas 12 profissionais concordaram com ambas as propostas.

Situação semelhante foi relatada em relação às escolas Pedro Scherer, de Lajeado, Hugo Spohr, de Canudos do Vale, e Pedro Rosa, de Tabaí. As escolas Vidal de Negreiros, de Estrela, e Anita Garibaldi, de Cruzeiro do Sul, param amanhã.

De acordo com o presidente do 8º núcleo, Oseias de Freitas, os professores da escola João de Deus aderiram de imediato à greve. Segundo ele, tão logo as conversas do sindicato iniciaram, os servidores foram unânimes pela paralisação.

Para hoje, os educadores da escola preparam uma manifestação no campo do Cruzeiro. “Os professores de outras escolas da região que queiram participar estão convidados”, reforça. Amanhã, representantes do 8º Núcleo do Cpers participam de nova assembleia estadual em Porto Alegre.

Apoio estudantil

No colégio Érico Veríssimo, a participação dos professores na greve recebe o apoio dos alunos. Conforme o educador Gilson dos Anjos, desde o momento em que o parcelamento foi anunciado, os estudantes questionaram sobre a possibilidade de parar.

“Eles mesmo cobraram a adesão dos colegas”, ressalta. De acordo com a educadora Camila Gogu dos Santos, o clima entre os colegas já era de indignação, mas o parcelamento anunciado foi a gota d’água para a greve.

“Amanhã, não vamos apenas parar. Quem não vai para a assembleia participará de um ato na frente da escola”, ressalta.

Classe desmobilizada

Entre os relatos apresentados pelos representantes das escolas que não aderiram à greve, a principal alegação dos colegas é de complicações para recuperar os dias perdidos. Professores próximos de se aposentar também preferiram seguir trabalhando normalmente, apesar do parcelamento dos salários.

Para a professora Luzia Hermann, a desmobilização da categoria coloca em risco uma série de direitos adquiridos à custa da luta das gerações anteriores. “O parcelamento de salários é o menos preocupante, se comparado com os ataques brutais que sofremos para que algumas pessoas continuem recebendo privilégios.”

Cita como exemplo as isenções fiscais oferecidas pelo governo do Estado a empresas. Lembra que a renúncia fiscal chega a R$ 9 bilhões por ano. Conforme Luzia, o governo se contradiz no momento em não tem dinheiro para pagar os salários dos servidores, mas tem para beneficiar as entidades privadas.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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