Uma questão de sobrevivência

Editorial

Uma questão de sobrevivência

O sistema de coleta de lixo é deficitário por diversos motivos. Há casos em que o poder público não oferece condições para a separação dos resíduos. Em outros, a comunidade contribui pouco e não faz o dever de casa. Como…

O sistema de coleta de lixo é deficitário por diversos motivos. Há casos em que o poder público não oferece condições para a separação dos resíduos. Em outros, a comunidade contribui pouco e não faz o dever de casa. Como resultado, os conteúdos orgânicos ficam misturados com os recicláveis.
Muito se falou e se fala da necessidade de implantar um modelo consciente, sustentável e até rentável, pois o lixo é fonte de renda, seja para empresas especializadas nesse serviço, ou mesmo para cooperativas de catadores.
Apesar de todas as campanhas, programas e discursos, a separação do lixo deveria ser assunto encerrado. Todos já deveriam ter implementado, poder público e sociedade. Inclusive com maior fiscalização por parte da comunidade e, a partir disso, acompanhar a destinação dos resíduos e o funcionamento dos sistemas de reciclagem.
Há diversos exemplos de cidades com coleta seletiva e resultados pífios. Para reverter essa situação, é fundamental o engajamento, participação e fiscalização da sociedade. Associado a isso, o município precisa estabelecer um controle rigoroso para gerenciar o sistema.
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O fato é que muitas cidades da região continuam sem o serviço. Algumas em processo de implantação, como é o caso de Encantado, inclusive foi tema de matéria publicada na edição de ontem. Pela previsão do governo, a licitação será aberta neste mês.
Essa é uma amostragem da deficiência histórica, pois uma das maiores cidades do Vale ainda não conta com coleta seletiva. Ainda assim, essa não é uma particularidade de Encantado. Conforme pesquisa encomendada pelo Cempre (Compromisso Empresarial à Reciclagem) no ano passado, 85% dos municípios brasileiros não têm coleta seletiva.
Ao analisar a quantidade de pessoas atendidas com algum programa de reciclagem, a situação fica ainda mais crítica. Pelo estudo, 15% da população tem como destinar resíduos para o reaproveitamento.
Na prática, esse cenário desalentador aparece na expansão dos lixões. Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos ter estipulado até 2014 para o fim desses espaços, passados três anos, o problema não foi resolvido.

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