Uma votação decisiva

Editorial

Uma votação decisiva

O olhar da sociedade está sobre os deputados. São eles que votam a continuidade da denúncia contra o presidente Michel Temer. A denúncia da Procuradoria-Geral da República será apreciada amanhã. O fundamento da peça acusatória, amplamente difundidos pelo país, abordam…

O olhar da sociedade está sobre os deputados. São eles que votam a continuidade da denúncia contra o presidente Michel Temer. A denúncia da Procuradoria-Geral da República será apreciada amanhã. O fundamento da peça acusatória, amplamente difundidos pelo país, abordam a conversa fora da agenda oficial, no dia 7 de março, entre o chefe do Planalto, com o empresário Joesley Batista, da JBS.
Para aprovar a continuação do processo, são necessários 342 votos. Em um levantamento feito pela Folha de S. Paulo, que ouviu os 513 deputados, 188 disseram aceitar a acusação e 95 confirmaram ser contra.
Mas o que chama atenção são os parlamentares que ficaram em cima do muro. Entre os que disseram não saber, que não vão responder, que não vão votar e que simplesmente não responderam, somam-se 230.
Curioso esse total. Em um dos momentos mais importantes, deputados calam-se. Pelo visto, não querem enfrentar o julgamento popular, visto que mais de 80% da população quer que a investigação do presidente continua, como mostra pesquisa do Ibope anunciada ontem.
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Assumir o lado do presidente pode significar perder votos nas eleições do próximo ano e ameaçar uma reeleição. Ao mesmo tempo, após a liberação das emendas parlamentares, mais de R$ 10 bilhões, votar contra o governo pode significar perder essa verba, e consequentemente, não conseguir destinar para obras nos redutos eleitorais.
Importante deixar claro. Pelo rito, caso seja aceita a denúncia, Temer é afastado do cargo. Pela constituição, mesmo que reversível, um presidente alvo de investigação não pode comandar o país. O prazo constitucional é de até seis meses. Mas isso depende do julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Mais uma vez os deputados deliberam sobre o destino da democracia. A esperada estabilidade política não veio com o impeachment de Dilma Rousseff. O país continua refém das incertezas. Os eleitores têm um dever nesta semana. Acompanhar o voto dos deputados. Aos políticos, o momento é de se posicionar e mostrar para a sociedade os motivos para tal decisão.

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