Moradores do distrito de Arroio Grande convivem com a poeira enquanto aguardam o cumprimento de uma promessa de quase 20 anos, a da conclusão da obra de asfaltamento na VRS-482, entre Arroio do Meio e Capitão. Projeto criado em 1998, durante o governo de Antônio Britto, a obra foi iniciada e paralisada diversas vezes desde então.
O comerciante Marno Hentges, 56, sempre morou em Arroio Grande. Desde pequeno, ouvia histórias sobre o dia em que teria asfalto em frente ao portão de casa. “Muitas vezes acabei iludido com as promessas. Hoje, só acredito quando estiver pronto.”
Os anos convivendo com a poeira em dia de sol, e com a lama em dia de chuva, fizeram Hentges pensar em abandonar a localidade onde nasceu. Segundo ele, caso os trabalhos não sejam retomados em até um ano, colocará a residência a venda e buscará um lugar melhor para viver.
“É uma pena, pois gosto daqui, mas não tem mais condições”, diz. Conforme o comerciante, além do incômodo devido a sujeira, o excesso de poeira provoca problemas respiratórios na família.
Hentges critica a demora de mais de 15 anos para a substituição da primeira empresa contratada para o serviço. Para ele, falta vontade política para romper o contrato. “Eu já participei de protestos e movimentos para cobrar uma solução, hoje cansei”, ressalta.
Para a diarista Diléia Bruxel, a poeira e a lama resultam em trabalho dobrado na casa onde trabalha, às margens da rodovia.
Segundo ela, o imóvel não pode ficar com portas e janelas abertas, caso contrário a poeira acaba se acumulando sobre móveis, estofados e equipamentos eletrônicos. “Se passo o pano no chão, logo está tudo encardido.”
Licitação para asfaltar a VRS-482 ocorreu durante os anos do governo Brito
Reunião na Capital
Na semana passada, o prefeito de Arroio do Meio, Klaus Schnack esteve em Porto Alegre para discutir a retomada da obra. Acompanhado do coordenador regional do PMDB, Norberto Dalpian e dos vereadores Marcelo Schneider e Adiles Meyer, Schnack se reuniu com os secretários da Fazenda ,Giovane Feltes, e de Desenvolvimento Econômico Márcio Biolchi.
A comitiva do Vale do Taquari entregou aos secretários um ofício solicitando agilidade na rescisão do contrato com a empresa Beter, vencedora da primeira licitação para a obra. A companhia parou os trabalhos alegando problemas financeiros. Em março deste ano, a empresa paulista decretou falência.
Trecho incompleto
O ofício assinado pelos representantes do município ainda pede agilidade para a conclusão do trecho incompleto. As obras vão do Km 7,5 até o Km 16,5.
Até o momento, apenas um quilômetro de pavimentação foi aplicada, e outro oito quilômetro de obras de drenagem, terraplenagem e lançamento de base para pavimento foram realizados. O município ainda aguarda confirmação de agenda para audiência com o Secretário de Transportes, Pedro Westphalen.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br
