O programa Vida + Viva sem Álcool promove, de 21 a 22 de setembro, o seu 3º seminário. Com o objetivo de conectar agentes sociais envolvidos com o tema, e ampliar o debate sobre os perigos do uso precoce do álcool, o evento terá como atração principal Diza Gonzaga.
O anúncio foi feito nessa sexta-feira, pelo coordenador do programa, promotor Neidemar Fachinetto. Ele explica que a presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, o Vida Urgente, palestrará na noite de abertura do seminário, no auditório do prédio sete da Univates. Ela abordará os impactos sociais e o aumento da violência no trânsito, causado pelo uso excessivo do álcool.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, entre quatro brasileiros, um dirigiria sob efeito da droga. “Os diversos tipos de violência estão ligados ao uso do álcool, inclusive no trânsito. O que queremos é propor um momento de reflexão sobre as causas disso, e a Diza é referência internacional sobre o assunto”, explica Fachinetto.
A intenção também é dar suporte para que professores, assistentes sociais, médicos, advogados, entre outros profissionais, transmitam isso aos adolescentes. A falta de informação qualificada prejudica o combate ao uso precoce do álcool, afirma Fachinetto. “Há um senso comum sobre esse assunto, mais ligado à intolerância do que as consequências ou dano que eles causam. As pessoas estão carentes de boas informações. Precisam ser mais orientadoras do que repressoras”, aponta.
Educação
Pensando nisso, os organizadores do evento propõem para o segundo dia minipalestras, também no prédio 7, focadas em diferentes áreas. Depois das 10h, ocorre o painel sobre educação, com a gerente do SEE/RS da Cipave, Luciane Manfro; promotora de Justiça de POA, Inglacir Dornelles Clós Delavedova; e a coordenadora pedagógica do Colégio Monteiro Lobato, Kátia Beppler Macagnan.
Saúde
A tarde inicia com painel focado na área da saúde, também com minipalestras. O neuropediatra Cristiano Firpo Freire aborda a combinação de alto risco entre o álcool e a adolescência. Ainda em formação, neste período da vida, o cérebro ficaria mais suscetível ao vício. “Como é uma droga estimuladora do prazer, quanto mais cedo consumida, pior para se livrar dela depois, e evitar suas consequências na deterioração da qualidade de vida”, comenta Fachinetto.
Os psiquiatras Fábio Vitoria e Maria Rosa Iorra Camargo falam sobre os aspectos clínicos do atendimento ao alcoolismo, e a ginecologista Letícia Leite aborda o viver bem na escola.
Justiça e segurança
O encerramento ocorre com o painel sobre justiça e segurança pública, que contará com as palestras do secretário de Segurança de Caxias do Sul, José Francisco Mallmann; da promotora de Justiça de POA, Ivana Kist Huppes Ferrazzo, e a assistente social Josiane Pezzi.
Inscrições abertas
Os profissionais interessados em participar já podem se inscrever, de modo gratuito, no site da Univates. Todos inscritos receberão certificado. Mais informações podem ser obtidas pelo 3011-6900.
Teatro para os estudantes
Além dos profissionais, adolescentes, com 14 anos ou mais, alunos do 9o ano ao Ensino Médio, poderão participar do evento. Eles terão um momento específico de aprendizado, na manhã do dia 22, quando sobe ao palco do Teatro Univates o Exército dos Sonhos. Peça do projeto Vida Urgente, feita com apoio da LIC/RS, é inspirada em fatos reais, e tem como objetivo provocar a reflexão, estimulando o comportamento seguro no trânsito. A participação também é gratuita, mas exige inscrição prévia pelo contato@vidamaisviva.org.br.
Apoio
A execução do evento fica por conta do programa, da Alsepro e Univates. O apoio é da 3ª CRE, Comem, Governo de Lajeado, Promotorias de Justiça de Lajeado, Teatro Univates, além de 12 empresas.
Entrevista
Prevenção: mais forte e menos onerosa
Atual tesoureiro da Alsepro, Dani Petry estava na presidência quando o seminário foi criado. Acompanhou também o nascimento do programa, e avalia a consolidação da iniciativa.
A Hora – Qual a importância da execução de projetos como este?
Dani Petry – Sempre tivemos o entendimento de que fazer o trabalho preventivo é mais forte e menos oneroso. Consideramos que ele impede muitas pessoas de cair no consumo de outras drogas mais perigosas, e também de se manterem distantes do álcool na hora de dirigir.
Para você, que acompanhou o nascimento dessa iniciativa, como é ver hoje a sua consolidação?
Petry – Quando iniciou o projeto, a Alsepro dava todo o suporte financeiro. Hoje é autossuficiente, porque conseguiu mostrar sua relevância. Isso é tão forte que, além de manter o programa, as empresas propagam a ideia com seus colaboradores.
Como trazer ainda mais força para o programa?
Petry – Acredito que é preciso se inserir nas instituições de ensino, e chegar às casas das pessoas. Antigamente, aprendíamos com nossos pais quais eram os limites, e como deveríamos manter distância do álcool. Mas hoje muitos têm falhado nisso, e a sociedade toda precisa pagar o preço.
