Inicia nesta segunda-feira o curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) Intensivo. As aulas para os 45 alunos inscritos com idades que variam dos 18 aos 55 anos ocorrem no Centro Municipal de Educação Encantado, a partir das 19h.
No primeiro dia letivo, os alunos serão recepcionados pela direção, professores da escola e autoridades do município. Após a cerimônia de abertura, terão aula normal.
O curso terá 800 horas presenciais, de segunda a sexta-feira, mais 400 horas a distância, sendo esse um dos diferenciais do EJA nessa nova modalidade. As horas complementares serão feitas por meio de uma pesquisa de campo em que cada aluno buscará informações sobre sua área de atuação ou de interesse em atuar.
Durante o desenvolvimento do projeto um professor orientará o trabalho e ajudará o estudante. Ao fim do curso de Educação de Jovens e Adultos, os alunos apresentarão os trabalhos em um seminário.
Outra novidade será a conclusão do 7º, 8 º e 9º ano em um ano só. As aulas se estendem até dezembro, tendo um período de férias como as demais escolas, com encerramento previsto para julho de 2018.
Segundo a secretária de Educação e Cultura, Neide Graciola, os alunos já alfabetizados e que não tinham histórico até o 6º ano puderam ingressar no curso ao fazer uma prova avaliativa e classificatória.
“Tudo passa pela educação, principalmente a vaga de emprego. É neste sentido, com o intuito de ajudar esses alunos a terem emprego e sucesso”, diz a secretária ao se referir à importância do EJA. Neide destaca também que já há lista de espera para outras edições do curso.
A nova modalidade do EJA Intensivo foi aprovada pelo Conselho Municipal de Educação. Tem regulamento e plano de estudo, além de estar totalmente legalizada, conforme informações da Secretaria de Educação e Cultura. O certificado de conclusão dá direito a fazer o Ensino Médio e posteriormente uma graduação ou curso técnico.
Realização e um sonho
Natural de Imigrante e residente em Encantado há 30 anos, a dona de casa, Loni Conzatti, 53, voltará à sala de aula na segunda-feira. “Estou ansiosa. Sempre gostei de estudar, mas parei aos 14 anos, na 6ª série, para começar a trabalhar”, conta. Segundo ela, por morar no interior, era mais difícil prosseguir com os estudos. Naquela época, Imigrante ainda pertencia a Estrela.
“Nunca é tarde. Meus filhos me apoiaram e incentivaram. É muito bom quando temos o apoio de outras pessoas”, diz a viúva e mãe de quatro filhos. Loni diz também que sempre participou de cursos e palestras, pois gosta de aprender e acha importante.
Para ela, o estudo fez falta principalmente na questão contábil do mercado que tinha junto com o marido. “Se eu tivesse estudo, teria sido mais fácil tocar a área contábil do negócio, sentia dificuldade nessa parte. Muitas vezes a gente se sente inseguro sem estudo”, acrescenta.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br
