Gentileza no trânsito: como ela melhora a rotina de motoristas e pedestres

Comportamento

Gentileza no trânsito: como ela melhora a rotina de motoristas e pedestres

Dirigir é um ato que exige comprometimento, responsabilidade, atenção e uma boa dose de empatia

Gentileza no trânsito: como ela melhora a rotina de motoristas e pedestres

O trânsito é visto, muitas vezes, como algo desgastante. Principalmente no fluxo das cidades, onde o “anda e para” é mais constante, ações de gentileza e respeito mútuo podem mudar a realidade no convívio entre os motoristas. Quando se fala em trânsito, é importante ter a noção de coletividade. A empatia urbana passa por um conjunto de ações que aumenta a qualidade de vida das pessoas e muda radicalmente o comportamento que as ruas inspiram.

Um trânsito mais fluido e seguro pode ser o resultado de mudanças em nossa maneira de agir. Algumas ações como combinar caronas com pessoas que têm destinos diários parecidos com o seu, optar por fazer caminhadas saudáveis, utilizar bicicletas ou até mesmo aproveitar possibilidades com o transporte público, caso seja possível, são sempre bem-vindas.

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Quem usa carro ou moto sabe que a paciência pode ser a diferença entre um acidente e um trajeto tranquilo. César Wentz é instrutor de autoescola e faz 19 anos que bate na tecla da gentileza para os alunos de primeira habilitação e reabilitação. Ele afirma que é muito importante não destoar no trânsito. “Se um anda muito rápido atrasa os outros e o trânsito para. Se outro anda muito devagar, atrasa igual. O segredo é fluência”, explica Wentz.

As vias estão cada vez mais abarrotadas de automóveis e a construção de novos acessos ou modernização dos já existentes não segue a mesma velocidade. Isso impacta na mobilidade urbana, na felicidade das pessoas e em outros aspectos. Ser empático no volante é sempre a melhor saída.

Rapidez é estratégia

Para andar rápido, a tônica não é o pé no acelerador. Evitar práticas como fechar cruzamentos, perder o foco na direção ao utilizar o celular em meio ao trajeto, parar em cima da faixa de pedestre, ou ficar mudando de faixa sem propósito e sem sinalização, podem tornar a viagem mais rápida. Quando as leis de trânsito são respeitadas por todos, o tráfego fica mais uniforme e torna o deslocamento mais ágil.

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Convívio mais pacífico

Quando adotamos práticas gentis no trânsito, como oferecer passagem para quem está mais rápido, permitir que pessoas que estão nas laterais das ruas com a intenção de atravessar possam cruzar a via, ou evitar buzinar sem necessidade, tornamos o convívio entre todos mais leve, mais pacífico. O normal do ser humano é retribuir boas ações de forma calorosa, e as pessoas acabam contaminadas por bons sentimentos quando percebem que existem pessoas gentis à sua volta.

O segredo, segundo Wentz, é simples: agir com os outros como gostaríamos que agissem conosco. “Todo motorista erra. Quando se tem a possibilidade de aprender com o erro é isso que importa”, afirma o professor. E engana-se quem acha que só os novatos cometem falhas no trânsito. Muitas vezes, quando os comandos se tornam mecânicos e o cérebro acha que sabe exatamente o que está fazendo, por repetição, ocorrem as barbeiragens.

Carro não é armadura

Wentz sugere que alguns motoristas se acham os donos do asfalto e acabam desenvolvendo comportamentos inadequados. Segundo o professor, certas pessoas sentem como se o carro fosse uma armadura. “O veículo acaba se tornando uma extensão da pessoa e ela se sente potente ali dentro”, reforça. Daí para um desentendimento com outro motorista o caminho é curto. Brigar no trânsito nunca é a melhor saída e, aproveitando uma frase de Wentz, “nenhuma briga é boa”.

Stefani Luiza Bidtinger, 18, acabou de concluir as aulas teóricas de autoescola e seguirá, em poucos dias, para as práticas. Ela está empolgada e diz que não via a hora de fazer a habilitação e ganhar independência. Quanto ao comportamento que pretende repercutir na rua, ela é enfática. “Nós novatos temos a obrigação de moldar o trânsito para melhor. Ter paciência será minha bandeira sobre rodas”, fala. Ela conta ter bons exemplos em casa, seus pais dirigem e, desde pequena, ela recebe lições sobre como se comportar no trânsito.

Como chegar lá

O estresse de engarrafamentos, problemas pessoais e a pressa são a causa de muitos conflitos no trânsito que poderiam ser evitados se os condutores e pedestres exercitassem mais a gentileza e a tranquilidade. Confira algumas dicas que, se colocadas em prática, valorizam a paz no trânsito:

Mensagens simples e diretas
A comunicação deve ser objetiva, para não dar espaço para má interpretação. Mensagens curtas e rápidas facilitam a compreensão entre condutores e pedestres, contribuindo para a boa fluência do trânsito e evitando acidentes.

Ver o lado positivo
É preciso relevar atitudes incorretas dos outros motoristas. Jamais reagir, pois um erro não justifica o outro.

Agir com bom senso
O condutor consciente é aquele que pensa antes de agir perante uma situação delicada. Analisar os dois lados e ser justo em palavras e decisões, sem perder a calma, principalmente se o errada for a outra pessoa.

Saber distinguir o momento oportuno
Em situações de congestionamentos ou incidentes na estrada, é preciso manter a cabeça fria e escolher o momento ideal para agir. Qualquer gesto ou atitude imprópria pode gerar confusão e até acidentes.

Não participar de brigas e discussões
O “bate-boca” não resolve pois, quando começa, é sinal de que ninguém mais está escutando. Não participe de desentendimentos desse gênero.

Usar o veículo para a finalidade correta
Evite usar o veículo para se exibir, compensar sentimentos de inferioridade e insegurança ou aproveitar o tamanho e a potência para intimidar os outros.

Comunicação face a face: como agir?
Algumas ocorrências resultam em comunicação “cara a cara”. Nesses momentos, são transmitidas várias outras impressões além da mensagem falada. É preciso tomar cuidado com entonação de voz e expressões utilizadas, que podem complicar a situação ao invés de resolvê-la.

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