População cresce e alerta para carências em bairro

Lajeado

População cresce e alerta para carências em bairro

Desafio é garantir serviços básicos aos moradores

População cresce e alerta para carências em bairro
Lajeado

Previsto para ser inaugurado em agosto, o Novo Tempo I é motivo de preocupação para os moradores do bairro Santo Antônio. A falta de serviços públicos de qualidade nas áreas de saúde, educação e transporte pode se agravar com o crescimento no número de moradores. Além de suportar os quase quatro mil habitantes, os serviços locais terão pelo menos 260 pessoas a mais. Elas são habitantes de outros bairros, e correspondem a 30% dos 850 moradores do novo condomínio. Uma delas é Lidiane Idalencio, 37. Residente do bairro Hidráulica, ela vê a mudança como sinônimo de renovação. Recém-separada, acredita que a moradia própria lhe oportunizará o foco nos estudos e mais qualidade de vida aos dois filhos. Porém, sabe que, para além das grades do condomínio, as garantias de bem-estar não são muitas. Aflige-se com a violência e desassistência dos serviços públicos.

Quem já está lá, morando no Novo Tempo II, se deparou com problemas diferentes. Nenhum deles relacionado ao atendimento em saúde. Parte dos 500 moradores do condomínio de 160 apartamentos tem se dirigido à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Santo Antônio e garante receber um bom atendimento. Antes residente no bairro Jardim Cedro, Elisane Hofstaetter, 32, elogia o trabalho no local. Ontem à tarde, levou o filho ao dentista e ficou satisfeita com agilidade e cuidado dos profissionais. Mas teme a qualidade do serviço daqui em diante.

Marcele Gonçalves (e) teme pela educação da filha Mirela Giovana (c). Ela aguarda uma vaga em creche mais próxima

Marcele Gonçalves (e) teme pela educação da filha Mirela Giovana (c). Ela aguarda uma vaga em creche mais próxima

A mesma dúvida afeta Marcele Circe Gonçalves, 32. Além disso, o que preocupa a dona de casa é a educação. Antiga moradora do bairro Conservas, ela já levava a filha Mirela Giovana, 4, à Slan, onde a menina fica durante a manhã.

Porém outras amigas não teriam conseguido vagas para os filhos, nem mesmo na escola do bairro vizinho. “Disseram que vão construir um posto e uma creche, mas ninguém sabe quando. Pedimos também um projeto cultural, para o turno inverso, mas até agora nada”, reclama. A isso, se somam os problemas de convivência.

Solução no papel

A situação é confirmada pela Sthas. De acordo com a assistente social, Bárbara Weber, mensalmente são feitas reuniões intersetoriais, com a Educação e Saúde, para resolver as demandas emergentes, como vagas em escola e creches. Algumas soluções já foram traçadas, mas até agora nenhuma medida saiu do papel.

Por enquanto, os estudantes estariam sendo direcionados para escolas da macroárea, como dos bairros Morro 25, Nações e Jardim do Cedro, o que se estenderia aos novos habitantes. Em relação à saúde, planeja-se a criação de uma nova Estratégia de Saúde da Família (ESF), mas, a princípio, os moradores do Novo Tempo I devem ser atendidos no posto de saúde do bairro São Cristóvão, distante sete quilômetros. Áreas de lazer também seriam uma demanda, assim como transporte público. Nenhuma linha de ônibus foi criada para atender moradores do condomínio. Conforme informações da empresa Ereno Dörr, há tratativas, mas o serviço dependeria da melhoria nas ruas próximas ao condomínio, e instalação de retornos. A reportagem entrou em contato com representantes das secretarias da Saúde e Educação, mas não obteve retorno.

Lidiane aguarda as chaves para se mudar com os dois filhos

Lidiane aguarda as chaves para se mudar com os dois filhos

Preparação

Para o dia 2 de agosto, está marcada a primeira reunião de condomínio dos moradores do Novo Tempo I. O encontro será coordenado pela administradora de condomínios Alfa City. Na terça-feira passada, os moradores também se encontraram para conhecer o Manual do Proprietário. Segundo Bárbara, apenas 30 famílias não tiveram representantes na ocasião. O acompanhamento pela Sthas continuará sendo feito pelos próximos seis meses. Enquanto a ALM fará a vigilância do local durante os primeiros 60 dias.

Obra quase pronta

Ontem à tarde, cerca de cinco funcionários da ALM faziam os últimos reparos no novo condomínio, que tem 18 blocos, com 16 apartamentos cada. Todos têm estrutura igual, com dois quartos, banheiro, sala e cozinha, divididos em 56 metros quadrados. A área total é de 19,58 mil metros quadrados, com salão de festas e duas praças. O custo do empreendimento é de R$ 17,2 milhões, financiado pelo Minha Casa, Minha Vida. Para a maioria dos moradores, representará uma despesa mensal de R$ 20 a R$ 50 por até dez anos, referente a 5% da renda familiar.

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