Formado em Administração de Empresas desde 1987, Eduardo Móglia Suñe, 51, trabalha com agropecuária e com criação de cavalos crioulos. Natural de Bagé, é um apaixonado por cavalos crioulos. “Vivo no cavalo desde que nasci e sou titular da Cabanha Quilero. Minha família foi uma das pioneiras a iniciar a criação”, destaca.
Entre os desafios, destaca a necessidade de divulgar o potencial da raça, estimular as provas esportivas e as seletivas. A entidade tem 2,8 mil sócios. Dos 403 mil animais registrados no país, 85% estão no RS e 10% em Santa Catarina e Paraná. Há apenas 5% em outras regiões. A raça movimenta no país, por ano, R$ 1,28 bilhão e gera 238 mil empregos.
Aos 85 anos de fundação, quais os principais desafios nos próximos anos?
Eduardo Móglia Suñe – O maior desafio da raça é conseguir mostrar o nosso produto, que é maravilhoso, para todo o mundo equestre. Trabalhamos com um foco muito grande na expansão nas regiões acima do Sul do Brasil, que denominamos na ABCCC de Região Oito. Outro objetivo é estimular mais as provas esportivas e solidificar as provas seletivas.
O setor cresce em meio à crise. Como manter esses números positivos?
Suñe – Realizar eventos de qualidade e estar próximos dos criadores. No primeiro semestre, tivemos crescimento em todos os quesitos, tanto na participação em eventos em todas as modalidades quanto nas vendas. Tenho certeza que com esse trabalho de expansão as pessoas conhecerão mais a raça e vão adquirir mais cavalos crioulos para o trabalho e provas esportivas. Nossa raça é rústica e barata de se criar em relação a outras. Para aumentar o número de sócios, criamos o sócio-usuário e o sócio-incentivo.
Quais as qualidades que diferenciam o cavalo crioulo das demais raças?
Suñe – A raça crioula se adapta ao clima, a pastos, é um cavalo muito rústico e dócil, de porte médio, que aguenta frio, calor e trabalho. Temos uma prova seletiva que é a Marcha de Resistência, em que os animais fazem 750 quilômetros em 15 dias só a pasto e água. Acredito que é a única raça que pode em campo nativo fazer essa jornada.
Considerações finais
Suñe – Estamos preocupados com todos os associados e criadores. Não temos divisão entre grandes, médios e pequenos. Limitamos o uso de cobertura dos garanhões, além do transplante de embriões de éguas comprovadas. São medidas que protegem os associados médios e pequenos. Se liberarmos, criamos uma concorrência desleal.