Vertigem, perda da noção de espaço e de equilíbrio, sensação de desmaio, tontura. Esses são alguns sintomas mais comuns da labirintite, distúrbio que afeta milhares de indivíduos todos os dias pelo mundo.
No Brasil, estima-se que três em cada dez pessoas sofram com o problema, que atinge homens e mulheres de todas as idades. “As doenças labirínticas podem ter diversas causas, sendo, inclusive, um sinal de outras enfermidades importantes”, afirma Andréa Abrahão, fonoaudióloga e diretora técnica da rede de clínicas de reabilitação auditiva Direito de Ouvir.
O que acontece
Para entender como a labirintite ocorre, é preciso saber como o ouvido está ligado ao equilíbrio. A cóclea, também chamada de caracol, é a estrutura do ouvido responsável pela audição e o vestíbulo responde pelo equilíbrio. Juntos, formam o labirinto e, caso sejam afetados, aparecem os sintomas, como tonturas, desequilíbrio, surdez ou zumbido.
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Isso ocorre porque se eles não funcionam corretamente o cérebro recebe informações erradas em relação à posição do corpo no espaço, o que pode provocar a sensação de vertigem, desequilíbrio, desvio de marcha, falta de firmeza nos passos e chiados.
Wagner Luceno
Wagner Luceno, 45, professor de dança, sentiu na pele o terror das crises de labirintite. Ele conta que trabalhou quatro anos e meio se apresentando em navios de cruzeiro, onde a rotina é estressante. Segundo o professor, quando desembarcou, mudou completamente os hábitos. “Acredito que esse pode ter sido um dos gatilhos daquela crise”, conta.
Luceno lembra que durante uma noite sentiu muito calor, como se estivesse com febre, mas a temperatura corporal estava normal. Quando acordou, pela manhã, já não podia levantar da cama. “Tudo girava em uma velocidade impressionante. Mal podia sentar. Passei o dia acamado, nem me alimentei”, relembra. O médico receitou alguns remédios e o professor de dança mudou hábitos. “Passei a cuidar da minha alimentação à noite e as crises pararam”, afirma.
Tratamento
Trata-se os sintomas, com uma avaliação da tontura e, para isso, são utilizados medicamentos sedativos e repouso; e a causa, onde são analisados os fatores de risco: metabólicos, infecciosos, reumáticos e anatômicos.
Sintomas
Tonturas e vertigens associadas ou não a náusea, vômito, sudorese, alterações gastrintestinais, perda de audição, desequilíbrio, zumbido e audição diminuída são os sintomas característicos da labirintite.
Na vertigem rotatória clássica, a sensação é que o ambiente gira ao redor do corpo, ou que esse roda em relação ao ambiente.
Na tontura, a sensação é de desequilíbrio, instabilidade, de pisar no vazio, de queda. A fase aguda da doença pode durar de minutos ou horas a dias conforme a intensidade da crise.
Diagnóstico
Avaliação clínica e o exame otoneurológico completo são importantes para estabelecer o diagnóstico da labirintite, especialmente o diagnóstico diferencial, haja vista que as seguintes enfermidades podem provocar sintomas bastante parecidos: hipoglicemia, diabetes, hipertensão, reumatismo, doença de Mèniére, entre outras.
A tomografia computadorizada e a ressonância magnética, assim como os testes labirínticos, podem ser úteis para fins diagnósticos.
Previna-se
Mudanças no estilo de vida são fundamentais para prevenir as crises de labirintite. Eis algumas sugestões:
• Evite ingerir álcool. Se beber, faça-o com muita moderação;
• Não fume;
• Controle os níveis de colesterol, triglicérides e a glicemia;
• Opte por uma dieta saudável que ajude a manter o peso adequado e equilibrado;
• Não deixe grandes intervalos entre uma refeição e outra;
• Pratique atividade física;
• Ingira bastante líquido;
• Recuse as bebidas gaseificadas que contêm quinino;
• Procure administrar, da melhor forma possível, as crises de ansiedade e o estresse.
Importante: não dirija durante as crises ou sob o efeito de remédios para tratamento da labirintite.
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