Grupo reativa igreja para evitar esquecimento

Estrela

Grupo reativa igreja para evitar esquecimento

Templo em Linha Figueira está fechado faz seis anos

Grupo reativa igreja para evitar esquecimento
Estrela

Fundada há 58 anos, a comunidade católica de Linha Figueira deixou de celebrar missas em outubro de 2011. Nessa sexta, um grupo de ex-moradores abriu o templo para fazer melhorias. A intenção é realizar missas e refrear o abandono da localidade. A primeira celebração ocorre depois de seis anos neste sábado, às 15h.

A menos de quatro quilômetros de Bom Retiro do Sul, o vilarejo, às margens do Rio Taquari, tem dez famílias residentes. A maioria é de idosos. Filho de ex-morador, João Dirceu Maia, 48, nasceu e se criou na localidade. Hoje, mora em Bom Retiro do Sul, mas se preocupa com o esquecimento do lugar que ajudou a construir. “Isso aqui é tudo. Reabrir a igreja vai fazer muito bem para comunidade.”

A preocupação de Maia é a mesma de outros ex-moradores. O grupo decidiu retomar as atividades. As missas devem ocorrer a cada dois meses. “Pelos menos temos a possibilidade de ver nossa igrejinha.”

Para a ex-moradora Cirlei Bellini, é preciso um movimento contrário ao desânimo, que assola os moradores. “Fiquei triste quando fecharam a igreja. Muita gente foi morar em Bom Retiro ou Lajeado. Temos de trazer as pessoas de volta, pelo menos para a igreja.”

Família Wendt é uma das dez que ainda mora em Linha Figueira

Família Wendt é uma das dez que ainda mora em Linha Figueira

Para o morador e produtor rural Fabiano Wentd, 40, reativar a igreja não muda a realidade de abandono. Os moradores fizeram parte da antiga diretoria por muitos anos e não havia gente para manter uma sociedade.

Para escolher nova diretoria, não aparecia ninguém e se mantinha sempre as mesmas pessoas. “Nas festas comunitárias, não tinha mais gente para ajudar. Se voltarem as missas, pode ser bom. Mas agora fazemos parte da comunidade de Arroio do Ouro e não vamos mais voltar.”

Angústia e isolamento

Wendt lembra de quando era jovem. Havia mais famílias e eventos nos fins de semana. “Ninguém quer mais o compromisso diário do campo. Porque tu não tem fim de semana, nem férias, nem feriado. Isso afugenta as pessoas.”

Solteiro, mora com os pais para não deixá-los sozinho. Parte das terras foi arrendada. “Por enquanto estou segurando as pontas. Mas não sei por quanto tempo.”

O irmão se casou e saiu da propriedade. O pai, João Guido Wendt, ajudou a construir a igreja. Conta que depois do encerramento da comunidade católica foi muita gente embora. A família tinha terras em Arroio do Ouro, mas comprou oito hectares em Linha Figueira. “Ajudamos muito a comunidade. Fazíamos tudo, mas cada vez menos gente nos ajudava. Eles são de fora, não moram aqui. Quero continuar a pertencer a Arroio do Ouro, ao menos tem mais gente.”

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