Taxistas questionam na  Justiça permissões de táxis

Estrela

Taxistas questionam na Justiça permissões de táxis

Profissionais foram remanejados e reclamam da perda de clientes

Taxistas questionam na  Justiça permissões de táxis
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Taxistas criticam a nova distribuição de permissões de pontos de táxi. A redefinição ocorreu em março por meio de edital. Com isso, alguns profissionais tiveram que deixar locais de maior movimento e foram remanejados para outros de menor fluxo.

Quatro meses depois da medida, os profissionais sentem os efeitos da mudança na renda mensal. Julio Lorensi, conhecido como “Julião”, trabalha faz 26 anos como taxista.  Tinha permissão para atuar na rodoviária, um dos locais de maior movimentação. Hoje está na rua Dr. Tostes próximo à câmara de vereadores.

“Minha vida mudou de oito para 80. Minha renda vem apenas do táxi e caiu nos últimos meses. O que me ajuda é o celular. O número continua o mesmo e a maioria das corridas surge dos chamados dos clientes antigos”, disse.

As dificuldades são enfrentadas por outros profissionais. Fabiano Koch tinha permissão faz mais de dez anos para trabalhar no ponto do hospital. Após a licitação, foi para frente do colégio Santo Antônio.

“Eles me colocaram em um lugar escondido. Pedi para trocar para outro local. Agora estou em frente à lotérica, no calçadão. Se antes eu fazia de sete a oito corridas por dia, hoje faço no máximo uma. O movimento caiu. O que ajuda são os clientes que têm meu número e me ligam.”

O mesmo ocorreu com a mulher dele. Ela tinha permissão para atuar no mesmo ponto, no hospital. Depois da licitação, foi transferida para o bairro das Indústrias. A reclamação fez Fabiano procurar um advogado e ingressar na Justiça contestando o edital.

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Na ação, aponta favorecimentos. Isso porque profissionais com mais anos de habilitação tiveram maior pontuação. Segundo ele, a experiência na profissão não foi levada em consideração.

“Houve favorecimento. Porque o edital não manteve quem estava nos seus pontos e selecionou profissionais para as permissões que estavam irregulares ou em aberto?”, questiona.

O edital

Segundo o setor jurídico do município, os itens analisados foram definidos em conjunto entre administração municipal, Ministério Público e Judiciário, obedecendo a Lei das Licitações e a Lei Municipal 6.273, de 25 de fevereiro de 2014.

A avaliação de concessão de permissões levava em consideração vários itens como aspectos de conforto e conservação do veículo. O tempo de habilitação do motorista era um dos que mais pontuava.

Dessa forma, os motoristas com maior pontuação têm a possibilidade de escolher o ponto que tinha interesse em trabalhar. Diante disso, os mais jovens perderam os pontos de maior movimento. “Eu tenho 16 anos de habilitação e dez de profissão. Isso não foi levado em consideração”, afirma Fabiano.

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