Impasse judicial sobre praça no Boa União fecha um ano

Estrela

Impasse judicial sobre praça no Boa União fecha um ano

Executivo repassa área à Arca. Moradores querem a praça de volta

Impasse judicial sobre praça no Boa União fecha um ano
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A briga iniciou em 2013, com a aprovação do projeto de doação da área de 957 metros quadrados. A disputa judicial pelo terreno da antiga Praça Reinaldo Miguel Forster, localizada na esquina das ruas Padre José Junges e Edmundo Müller, no bairro Boa União, começou em julho de 2016.

Quem entrou com a ação foi o advogado Arthur Lang, em nome de diversos moradores. Havia um abaixo-assinado contrário ao projeto do Executivo. Quem liderou a busca por assinaturas foi o ex-vereador, Renato Horn, o “Bonitinho”.

De acordo com o projeto, a lei desafeta o bem imóvel, tornando-o de uso comum. Com isso, e também conforme a justificativa da proposta, o governo encaminhou o procedimento de doação da área para a Associação Realiza Cultura e Ação Social (Arca), criada faz pouco mais de três anos e ligada à Igreja do Evangelho Quadrangular.

Hoje. Área foi doada para ser a sede da Arca, mas edificação não foi iniciada

Hoje. Área foi doada para ser a sede da Arca, mas edificação não foi iniciada

O primeiro presidente da Arca, e hoje integrante do conselho, Jair Carlos Arnhold, mora no bairro faz poucos anos. Segundo ele, o trabalho voluntário da associação está parado desde o início do processo judicial. “A gente desanima. Paramos com os eventos. A gente doava sangue, recursos para a creche, mas hoje a sede é na casa de um integrante. Nos falta espaço.”

As obras, orçadas em mais de R$ 200 mil, estão embargadas após liminar expedida pela juíza, Debora Gerhardt de Marque, determinar que nada fosse construído no local até o fim do processo. “Ficamos decepcionados. Parece que não querem fazer o bem. Acham que queremos ficar ricos e que tem a ver com a igreja, e não tem nada disso”, diz Arnhold.

Executivo defende a lei

Por meio da assessoria de imprensa e jurídica, o governo municipal se manifesta contrário à reivindicação de parte dos moradores, que pedem a extinção da lei e a reconstrução da antiga praça, criada no início da década de 80. Segundo o Executivo, parte da comunidade reclamava do uso de drogas naquele local e das más condições da área de lazer.

Cita, também, sobre a construção de uma nova praça, já inaugurada, a poucos metros do terreno doado à Arca. Recentemente, essa área de lazer localizada em frente ao cemitério do bairro e ao lado das obras paradas do ginásio recebeu uma academia ao ar livre e brinquelândias.

Antes. Praça foi criada nos anos 80. Tinha uma quadra de futebol e brinquedos

Antes. Praça foi criada nos anos 80. Tinha uma quadra de futebol e brinquedos

Saiba mais

O prefeito Carlos Rafael Mallmann, a câmara de vereadores e a Arca estão citados na ação popular. Lang acredita em uma solução para o caso. Mas só em 2018. “Uma audiência deve ocorrer em outubro. Ano que vem deve estar tudo certo”, acredita.

Na decisão liminar de julho de 2016, quando deferiu o embargo das obras, a juíza cita haver “os requisitos autorizadores da tutela de urgência”. No processo, o terreno está avaliado em R$ 600 mil, e a magistrada chama a atenção para o fato de que o imóvel, em 2011, era de uso comum.

No dia da liminar, a praça já havia sido desmanchada do local. Lá, haviam brinquedos e uma cancha de concreto para esportes diversos. “Eu brincava ali quando criança. Gostaríamos que reconstruíssem nossa antiga praça”, pede a moradora do bairro, Micheli Kuhn, 34.

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