Trabalhadores da BRF entram em greve

Lajeado

Trabalhadores da BRF entram em greve

Funcionários rejeitam fim de adicional por insalubridade e de prêmio por assiduidade

Trabalhadores da BRF entram em greve
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Funcionários da BRF cruzaram os braços ontem à tarde após recusarem proposta de reajuste oferecido pela empresa. Na semana passada, a categoria já havia entrado com indicativo de greve, após decisão em assembleia geral.

A principal crítica é quanto à proposta de extinção do adicional por insalubridade e do prêmio por assiduidade. A BRF ofereceu um abono indenizatório equivalente a um salário nominal no lugar do adicional, além de um abono de R$ 400 pelo encerramento do prêmio.

A proposta da BRF inclui ainda reposição salarial de 3,9%, retroativa a maio de 2017, além de auxílio-escola no valor de R$ 480. O percentual é equivalente ao da inflação no período. Com o reajuste, o piso inicial da empresa ficaria em R$ 1.230, e o piso efetivação em R$ 1.250.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação (Stial), Adão Gossmann afirma que a greve é legítima, pois foi respeitado o prazo de 72 horas após a declaração do estado de paralisação.

Segundo ele, a proposta de retirada de direitos já consolidados, mesmo com abono, gerou críticas dos funcionários. Também afirma que a greve só será encerrada se a empresa apresentar uma nova proposta.

Gossmann diz que a extinção do adicional de insalubridade representaria a perda de R$ 3,4 mil por ano a cada trabalhador. O fim do prêmio de assiduidade significaria a redução anual de R$ 718. “Com o reajuste de salário, mais os abonos, os funcionários receberiam um adicional de R$ 2,4 mil, mas apenas no primeiro ano. Nos demais, não haverá abono”, alega.

O presidente do sindicato lembra que o prêmio por assiduidade é direito reconhecido pela Justiça do Trabalho, e só pode ser retirado em caso de acordo coletivo.

A reportagem entrou em contato com a BRF, que se pronunciará sobre o caso somente hoje.

Sentimento de frustração

Funcionários da BRF, que preferiram não se identificar com medo de represálias, apontaram contrariedade às propostas da empresa. Uma mulher que trabalha na companhia faz cerca de três anos criticou a forma como os trabalhadores foram tratados durante as negociações.

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“Dedicamos nossas vidas para essa empresa. Como reconhecimento, querem tirar nossos direitos?”

Um operador de produção ressalta que a mesma companhia que alega não ter dinheiro para pagar insalubridade é uma das principais patrocinadoras da CBF. “Dinheiro para investir em futebol eles têm”, critica.

Outro grevista ressalta que as famílias usam os adicionais para realizar compras em prestações. “Sem esse recurso, como ficam as nossas contas?”

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