Colégio faz 65 anos e consolida formação  de líderes do campo

Teutônia

Colégio faz 65 anos e consolida formação de líderes do campo

Metodologia voltada à gestão de negócios rurais formou líderes com destaque na região. Escola incentiva os 1.080 alunos ao cooperativismo, com ênfase na inclusão e consciência social.

Colégio faz 65 anos e consolida formação  de líderes do campo
Teutônia
oktober-2024

Referência na educação rural da região, o Colégio Teutônia chega aos 65 anos nesta segunda-feira com um planejamento educacional abrangente. Todas as atividades deste ano são voltadas à história.

O contexto de escola centenária contribuiu ainda mais para educação. A antiga escola técnica agrícola abrigou personalidades que hoje exercem cargos de liderança. Prefeitos, empresários do agronegócio e líderes em diversos segmentos tiveram passagem pela escola que hoje conta com 1.080 alunos.

O ensino voltado ao sistema cooperativo e gestão de negócios possibilitou a criação de um projeto inovador de destaque nacional. De acordo com diretor Jonas Rückert, a preocupação é com a formação global do aluno, para que tenha percepção de mercado, aprendizagem permanente e aquisição da cultura da complexidade. “A formação respeita aspectos pessoais, sociais e culturais, preparando o aluno aos negócios e à cidadania, para que promovam dignidade e justiça.”

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A preparação e qualificação de pesquisas, análises e seleção das informações ajudam a formar líderes e os intercâmbios e feiras de profissões promovem a troca de experiências. Para o diretor, é preciso formar não só empreendedores, mas seres sensíveis ao meio social.

A análise feita pelos gestores aponta para o futuro. Depois de 20 anos, se pode perceber o devolvimento da sociedade formada por um profissional preparado e com noções de coletividade. “O aluno precisa perceber que a escola estende uma mão, mas precisa ter efetividade. Projeto político pedagógico olha o indivíduo sem esquecer a sociedade.”

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Prefeitos ex-alunos

O prefeito de Teutônia, Jonatan Brönstrup, estudou da 8ª série até o 3º ano do Ensino Médio no colégio. Para ele, o ensino voltado à educação social foi fundamental.

Na época em que estudou, o pai, Ricardo, era o prefeito de Teutônia. “Não imaginava que um dia ocuparia esse cargo que ocupo hoje. Meu envolvimento na escola era mais voltado à música, principalmente o violão.”

O prefeito de Marques de Souza, Edmilson Amauri Dörr, estudou no regime de internato, nos anos de 1983 a 1985. Para ele, dormir na escola era o meio possível para alcançar a tão almejada formação técnica em Agropecuária. “É uma lição de vida. Me tornou uma pessoa diferente porque longe dos pais nos meus 15 anos me fez buscar a independência e a responsabilidade.”

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Ao entrar para fase adulta, mirou a iniciativa privada e um negócio de inseminação artificial, por conta própria. A loja tem hoje 30 anos de história na cidade. Ao trabalhar o espírito de liderança, “Brida”, como é conhecido, alcançou o cargo de prefeito, neste ano. “Os recursos eram poucos. Essa distância entre municípios era maior. Se perdia meio dia para pegar três ônibus. Por isso passava o mês inteiro longe.”

Transporte de jovens

Hoje os alunos do Ensino Médio de Marques de Souza recebem o transporte gratuito. O incentivo é para que busquem o ensino técnico. “Tenho um filho e um irmão que se formou no colégio. Agora os jovens podem trabalhar e cursar o Ensino Médio à noite. É uma referência regional.”

Por enquanto, há dez vagas por ano, mas o prefeito garante que, se for preciso, abre mais. O foco é para fortalecer a agricultura da cidade, 75% da economia global do município. “Isso ajuda dentro das propriedades, que não precisarão mais contratar técnicos para dar, por exemplo, destinação aos dejetos, com as regulações sanitárias.”

Diretor, Jonas Rückert, reforça objetivo de ajudar no desenvolvimento regional

Diretor, Jonas Rückert, reforça objetivo de ajudar no desenvolvimento regional

Incentivo a cooperativas

A escola desenvolve um projeto que implantou duas cooperativas escolares feitas pelos alunos em parceria com o Sicredi. A prática faz com que eles atuem formalmente no mercado. O exercício da prática faz com que criem e trabalhem com produtos decorrentes das hortas e na transformação de produtos para o consumo como balas de mel e rapaduras.

A ideia é iniciar a produção de morangos, contando com a parceria da Emater. Outro produto feito pelas cooperativas é a almofada aromatizada. O trabalho tem qualidade suficiente para abastecer a empresa Bella Lunna Aromas. “Não é pela atividade-fim, mas pelo que vamos aprender com isso.”

Centro de eletricidade

Desde 2005, a escola desenvolve um centro de eletricidade em parceria com a Certel e a Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Fecoergs). Trata-se de cursos e treinamentos na área de energia elétrica e segurança no trabalho.

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A qualificação proporciona a uniformização de conhecimentos entre os profissionais. Mais de 3,5 mil profissionais foram qualificados pelo centro nos setores de distribuição, transmissão e geração de energia elétrica. A infraestrutura para treinamentos é composta por laboratórios de eletricidade básica e eletrônica, instalação predial e instalação industrial. Conta com pátio de treinamento com redes, áreas de distribuição e linhas de transmissão.

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Campo e cidade

O Colégio Teutônia tem opera nos três turnos, inclusive nos fins de semana. O aprendiz do campo tem no Centro Regional de Formação de Agricultores (Certa) o desenvolvimento de ações integradas.

A formação profissional leva os agricultores a compreender individual e coletivamente tudo que concerne à condição de trabalho e ao meio social, visando a uma estratégia global de desenvolvimento rural.

O regime de parceria permite ao estudante se utilizar de toda uma infraestrutura de salas de aula, animais e outras instalações para as práticas das aulas.

Rückert afirma que é preciso inovar as noções de trabalho nas propriedades, visto que esses espaços ficam próximos da zona urbana.

“Há propriedades que ficam a 5 minutos de carro da cidade. Precisamos priorizar a sucessão. Fazer os jovens entender que a remuneração é diferenciada e que não é preciso morar no campo, como ocorre hoje nas comunidades europeias.”

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