Catador de resíduos é morto no centro

Lajeado

Catador de resíduos é morto no centro

Motivação teria relação com uso de drogas. Comunidade tem medo da violência

Catador de resíduos é morto no centro
Lajeado
oktober-2024

Morreu, ontem, a 18ª vítima de assassinato na cidade. Luís Fernando Sembler, 31, era usuário de drogas e catava resíduos nas ruas. No início da manhã, por volta das 5h, foi atingido na região abdominal com um disparo de arma de fogo não identificada.

Para a Polícia Civil, o fato ocorreu nas imediações do Parque Professor Theobaldo Dick, em um ponto conhecido pelo consumo de drogas. Sembler teria conseguido correr até a rua Júlio May, entre a avenida Benjamin Constant e rua João Abott, onde caiu.

Localizada há uma quadra do local, a Brigada Militar foi chamda por volta das 6h e socorreu a vítima. Levado ao Hospital Bruno Born (HBB), Sembler já chegou morto. O óbito foi registrado às 7h30min.

O corpo de Sembler foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia. Até o fim da tarde, nenhum familiar havia encaminhado o corpo para sepultamento.

Sembler tinha antecedentes por furto, receptação e posse de drogas

Sembler tinha antecedentes por furto, receptação e posse de drogas

Sem testemunhas

De Encantado, Sembler havia se mudado para Lajeado faz alguns anos. Desde então, consumia crack e vivia da coleta de resíduos. Tinha antecedentes criminais por furto, receptação e porte de drogas para uso. Era conhecido da polícia, mas não era considerado perigoso.

A suspeita da PC é que a morte tenha relação com dívida com drogas ou desentendimento com outros usuários. Porém, segue investigando. O delegado Juliano Stobbe afirmou que foram solicitadas imagens do estacionamento da Brigada Militar, que fica em frente ao local, mas acredita que não haja resolução suficiente para identificar suspeitos. Também não há testemunhas do fato. Informações podem ser repassadas pelo 3748-4069, com garantia de sigilo.

Comunidade insegura

Ontem à tarde, as marcas de sangue no local ainda estavam intactas e deixavam à vista os sinais de violência. Uma moradora das imediações se acordou com o barulho do tiro, mas achou que era um foguete. “Sempre ouvimos som parecido quando a droga chega. Virei pro lado e voltei a dormir. Meu marido nem escutou.”

Pela manhã, ao levantar, ficou sabendo do ocorrido, o que já não assusta. O que mais lhe amedronta é o risco de ser mais uma vítima dos roubos e furtos, feitos pelos dependentes químicos. “Nunca me fizeram nada, mesmo assim, fico com medo.” Nos outros momentos, permanece dentro de casa, protegida por uma cerca de dois metros e uma cerca elétrica sobreposta.

Em alerta

Dona de uma empresa em frente ao local, outra mulher relata que chegou depois do fato, por volta das 7h20min. “Só vimos as marcas de sangue. Depois ficamos sabendo o que tinha acontecido.” Para ela, o homicídio é motivo de alerta porque, nos oito meses em que tem a sede no local, não tinha acompanhado ato tão violento. “Estamos pensando em colocar um portão elétrico. Para evitar que entrem aqui. Isso nos dá muito receio.”

Em 2016, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) registrou 21 homicídios dolosos durante todo o ano.

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