Usar melhor a ferrovia é racionalizar a logística

Editorial

Usar melhor a ferrovia é racionalizar a logística

O contrato de concessão da malha ferroviária gaúcha se aproxima do fim e há movimentos para impedir uma nova renovação com a Rumo ALL. A posição parte da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa. Uma…

O contrato de concessão da malha ferroviária gaúcha se aproxima do fim e há movimentos para impedir uma nova renovação com a Rumo ALL. A posição parte da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa. Uma moção contra um novo acordo será avaliada pelo parlamento gaúcho nos próximos dias.
No Vale do Taquari, é notório o estado de abandono da ferrovia. A movimentação de cargas é ínfima até o Porto de Estrela. Chegam apenas insumos agrícolas, em especial milho, para abastecer os silos da Cesa. Se é para ficar como está, então o melhor encaminhamento é extinguir a concessão.
Por diversas ocasiões foram feitos encontros entre dirigentes da empresa responsável pela ferrovia, integrantes de instituições de classe, empresários e agentes públicos. A voz foi uníssona: a oferta de composições não atende as necessidades do empresariado local. Anos se passaram e não houve qualquer avanço. Continuou nas rodovias a alternativa mais viável.
Nesse campo, as más condições das estradas usadas para escoamento das produções de soja e milho causam um aumento médio de 30,5% no custo de logística. Se fossem eliminados os gastos adicionais, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões, conforme pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes.
É preciso racionalizar a logística, pois o Vale do Taquari dispõe de todos os modais. Ferrovia, rodovia e hidrovia. Só a rodovia é aproveitada. Faz no mínimo um ano que nenhuma embarcação parte de Estrela.
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Apesar da possibilidade de reduzir custos, a falta de itinerários frequentes na malha rodoviária, aliada às dificuldades para cumprir os prazos de embarque e desembarque, afasta o interesse dos empresários. O transporte ferroviário é, em média, 30% mais barato do que o rodoviário. Quanto maior o percurso, maior é a economia. As composições com destino à Região Sul partem dos estados do Mato Grosso e de Goiás.
Em audiência com a Comissão de parlamentares, representantes da ALL Rumo criticaram a concessão. Alegaram que receberam uma ferrovia em más condições e defenderam a necessidade de renovar o contrato para garantir reformas. Os pontos problemáticos estão na malha centenária, com um traçado cheio de curvas apertadas e rampas.
Argumentos técnicos que devem ser ouvidos. Mas importante verificar que já se passaram quase 30 anos que a malha ferroviária foi repassada à iniciativa privada. Neste tempo, houve condições para estabelecer uma estratégia mais assertiva e garantir um mínimo de periodicidade para atender as necessidades regionais.
Para encerrar, outro assunto parado é a implantação de um trem turístico. Como não há transporte periódico de cargas, concessionária e ANTT deveriam chegar a um acordo para liberar essa atração. Seria a cereja do bolo às rotas turísticas da região.

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