Agentes ameaçam redução de serviços

Lajeado

Agentes ameaçam redução de serviços

Falta de efetivo, ameaças e superlotação são os principais problemas, apontam servidores

Agentes ameaçam redução de serviços
Lajeado

Cerca de 30 servidores do Presídio Estadual de Lajeado prometem interromper os serviços. A paralisação parcial pode ocorrer a partir da próxima segunda-feira, 17, caso o Estado e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) não executem medidas para conter o caos na casa prisional.

O ultimato foi dado ontem, em reunião da equipe com representantes do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul (Amapergs). Conforme o presidente da entidade, Flávio Berneira, o governo será comunicado imediatamente da ação, e será responsabilizado caso aconteça algum incidente com os agentes.

“Está iminente uma tragédia muito maior do que ocorreu na UPA. Imaginei que fariam algo depois do que ocorreu, mas não tomaram nenhuma medida. Esperamos que o governo tenha responsabilidade”, ressaltou.

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Berneira faz visitas frequentes ao presídio, desde 2015, quando os agentes fizeram as primeiras reclamações. “Desde então, não tivemos nenhum retorno. Nada. Chegamos no nosso limite”, reclamou uma agente.

Entre as principais solicitações do grupo, está o aumento do número de agentes. Hoje, apenas 27 servidores fazem plantão no presídio. Eles se revezam e ficam entre cinco ou seis por turno. Além do trabalho de rotina na cadeia, como revistar visitas, monitorar detentos, essa mesma equipe precisa sair para levar presidiários ao hospital, UPA, fórum, delegacia, entre outros locais.

“Precisamos ter pelo menos seis fixos dentro do presídio. Menos que isso, não é possível para fazer todo o serviço, manter a nossa segurança e das visitas.” A falta de efetivo chega a deixar menos de cinco agentes dentro do presídio, para monitorar cerca de 340 presos.

Reunião com o sindicato ocorreu para oficializar ultimato às autoridades. Agentes pedem ação em uma semana

Reunião com o sindicato ocorreu para oficializar ultimato às autoridades. Agentes pedem ação em uma semana

No limite

O aumento de horas extras não foi considerado como uma possibilidade, tendo em vista que os agentes já chegaram ao limite de trabalho. “Graças a Deus não aconteceu nenhuma tragédia, não perdemos ninguém, mas isso está nos deixando doentes.” Há pelo menos três agentes afastados por problemas psicológicos. Dois deles faziam a escolta a presos, no dia em que aconteceu o tiroteio na UPA. “Estamos parando por incapacidade física e psicológica, e falta de segurança.”

Alguns estariam recebendo ameaças diretas de morte. Comparsas de detentos estariam monitorando o dia a dia dos servidores. Intimidações teriam aumentado depois da chegada de integrantes de facções. “Disseram para o nosso colega sequestrado que eles estão comandando.”

Outras reivindicações

A superlotação e as condições precárias do presídio também são reclamações antigas dos agentes.

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Eles ainda solicitam revistas gerais. Por coincidência, uma foi feita ontem, na galeria A, e resultou na transferência de 11 presos. Outra havia sido realizada na galeria B, há cerca de três semanas, após o resgate do preso. “Isso não era feito desde 2015. Enquanto em outros presídios é feito regularmente”, reclamam.

A falta de regulamentação das escoltas também é um problema. Hoje, para Lajeado, não é estabelecido um número mínimo de agentes para levar presos a locais fora da cadeia. Por vezes, o deslocamento já foi feito com menos de um servidor por preso.

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