Representantes das entidades sindicais reagiram após o anúncio do governo gaúcho. Segundo os sindicatos da Polícia Civil e da Brigada Militar, o número de vagas é insuficiente para cobrir o déficit de efetivo.
Vice-presidente do sindicato dos policiais civis (Ugeirm) e representante da entidade em Lajeado, Magda Lopes afirma que o número de vagas anunciadas sequer cobre as aposentadorias do período entre 2015 e o segundo semestre deste ano, que somaram 1.201 no estado.
Segundo ela, em média 500 agentes da PC se aposentam todos os anos no RS. “Isso sem contar as exonerações e os agentes que morreram”, aponta. Magda lembra ainda da demora para a nomeação dos aprovados no último concurso público, realizado em 2013.
“Estamos em 2017, e só agora a última turma está indo para academia, graças à pressão do sindicato”, ressalta. Conforme Magda, o anúncio não anima, uma vez que não se sabe quando o concurso vai acabar, quais as empresas responsáveis e quando começam as nomeações.
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“Mesmo que seja o mais rápido possível, ainda estaremos longe de solucionar nossos problemas na segurança pública”, acredita.
Presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz alerta que não haverá a contratação de novos policiais ainda neste governo. “O concurso para os 700 servidores da Susepe foi anunciado em junho de 2016, até agora, o processo não foi finalizado.”
Segundo ele, as promoções na PC são anunciadas extraoficialmente em quase todas as semanas, mas não se concretizam faz quase um ano. “O governo marcou o seu mandato por medidas midiáticas e anúncios espalhafatosos que não foram cumpridos.”
Déficit de 18 mil policiais
Presidente da Associação dos Cabos e Soldados da BM (Abamf), Solis Paim também se mostrou reticente em relação ao anúncio do Piratini. Segundo ele, a medida soa como uma forma de encobrir a votação de propostas que retiram direitos dos militares estaduais.
“Serve como propaganda”, classificou. Conforme o presidente, mesmo que todos os prazos forem cumpridos, ainda existe um longo caminho entre a publicação do edital e o ingresso dos novos agentes nas ruas.
De acordo com a Abamf, o número de vagas anunciadas também está longe de suprir o déficit da corporação. Segundo a associação, hoje o RS tem cerca de 19 mil policiais militares, enquanto o efetivo ideal é de 37 mil.
Novo concurso
O governo Sartori anunciou na manhã de ontem a abertura de concurso público com 6,1 mil vagas para a Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. Ele também autorizou a nomeação de 49 soldados para a BM e de 75 bombeiros suplentes aprovados no último concurso, realizado em 2013.
O governador afirma que a medida garantirá o atendimento de demandas de todas as regiões do RS. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os editais devem ser lançados em 30 dias.
“Entregamos novas viaturas, armas, munições e honramos os reajustes salariais definidos no fim de 2014, que hoje representam mais de 31% de aumento para os agentes de segurança”, ressalta.
Do total de vagas, 4,1 mil serão para soldados e 200 para oficiais da BM. A Polícia Civil terá 1,2 mil vagas para agentes e outras cem para delegados. Já os bombeiros terão 450 postos para soldado e 50 para oficiais.
Além desse, outros dois concursos para a segurança pública estão em andamento no estado. Ao todo, são 826 vagas, 720 para a Susepe e 106 para o Instituto Geral de Perícias. Conforme o Executivo, até o fim do ano, quatro mil novos concursados estarão nas ruas do RS.