Governo inclui poda nos serviços cobrados

Lajeado

Governo inclui poda nos serviços cobrados

Mudança ocorre dois meses após Executivo cobrar o trabalho de forma irregular

Governo inclui poda nos serviços cobrados
Lajeado
oktober-2024

O prefeito assinou decreto no dia 27 de junho para alterar a tabela de valores e acrescentar outros serviços públicos prestados aos contribuintes. Entre as alterações, está a inclusão de podas de árvores em terrenos privados. Conforme o documento assinado por Marcelo Caumo, o valor da hora do podador ficou estabelecido em R$ 40, e a hora do guincho – com servidor – será de R$ 160.

As mudanças ocorrem após denúncia de irregularidades. Em maio, o vereador Sérgio Kniphoff (PT) apresentou fotos de um guindaste terceirizado pela prefeitura sendo utilizado para auxiliar na poda de uma árvore em um terreno privado na esquina da av. Alberto Pasqualini com a rua Ceará, no bairro São Cristóvão. Nas fotos, também aparecia um servidor da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (Seosp) realizando o serviço.

No terreno, funciona uma revenda de veículos. No mesmo dia da denúncia, o diretor de Serviços Urbanos da Seosp, Adi Cerutti, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (Sedetag), Douglas Sandri, argumentaram que o serviço estava previsto na legislação municipal, “conforme decreto assinado em 2016”.

Um dia depois, Cerutti – que tem uma empresa no mesmo terreno da revenda – voltou atrás, admitiu que a poda não constava em tal decreto e afirmou ter solicitado ao proprietário da loja de veículos o pagamento do mesmo valor cobrado pelos serviços de uma hora de retroescavadeira. Na guia fiscal da Secretaria da Fazenda (Sefa), consta o pagamento de pouco menos de R$ 130 por “uma hora de retroescavadeira”. Sandri também admitiu o erro.

Kniphoff já havia questionado, semanas antes, alguns serviços de recolhimento de lixo verde realizados em frente à casa do ex-prefeito, Cláudio Schumacher, no bairro Moinhos. Ontem, o vereador petista demonstrava surpresa com as mudanças apresentadas no novo decreto assinado por Caumo e garantiu que encaminhará toda a documentação ao Ministério Público (MP).

“Eu já solicitei faz mais de um mês e ainda não recebi a cópia da nota fiscal referente ao pagamento daquele serviço. Mas já estou juntando todos os documentos, e vamos pedir investigação por parte da promotoria”, reitera o parlamentar.

Prefeito reconhece o erro

Sobre a mudança nos serviços públicos, o prefeito afirma que a mudança atende a possíveis demandas. “Foi incluído porque eventualmente pode haver pedido desse serviço. Nesse caso, pagando o preço correspondente, fica autorizada a realização do mesmo.” Questionado se as alterações ocorreram em função do erro cometido em maio, ele reconhece a falha. “Estamos reconhecendo que aquilo não deveria ter acontecido daquela forma”, finaliza.

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