Transformar vidas por meio da música

Assinante Solidário

Transformar vidas por meio da música

Slan apresenta projeto para garantir repasse do programa Assinante Solidário, do A Hora. Organização pretende manter aulas de música às crianças.

Transformar vidas por meio da música

Com mais de meio século de existência e atendendo hoje 550 crianças e adolescentes, a Sociedade Lajeadense de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Slan) encontra no projeto Assinante Solidário a oportunidade de manter uma de suas principais ações. O Cantando e Tocando Alegria de Viver deve ser contemplado com R$ 28 mil, que serão investidos na compra de equipamentos e pagamentos dos professores.

Segundo a coordenadora pedagógica da Slan, Angelisa Klein, a primeira edição do projeto musical foi em 2013, com recursos provenientes de um programa do Banco do Brasil, com o qual foi possível contratar professores de música e adquirir instrumentos. No ano seguinte, o projeto foi renovado, mas o dinheiro recebido foi usado para a compra de veículo, o que se faz necessário para o transporte em apresentações externas e entre as unidades da Slan.

O ensino da música é um recurso usado nas duas modalidades de atendimento da instituição assistencial: Educação Infantil (escola registrada, que atende 250 crianças dos 2 aos 6 anos) e serviços de convivência e fortalecimento de vínculos (atende 300 crianças dos 6 aos 15 anos, em turno oposto ao da escola). Para os menores, é aplicada a musicalização infantil. Em geral, as crianças começam no coral, grupo no qual permanecem até os 10 anos. A partir dessa faixa etária, é possível avançar para a prática instrumental.

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Angelisa enfatiza a importância das oficinas no serviço de convivência, uma vez que permitem que as crianças fiquem em um ambiente seguro e recreativo enquanto os pais trabalham. A seleção dos menores atendidos passa pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras).

Segundo a coordenadora pedagógica, mais de 80% das famílias atendidas têm renda comprovada de até três salários mínimos. “Hoje, para acessar a Assistência Social, não depende só da renda. A família pode ter uma renda boa e estar em situação vulnerável.”

As atividades musicais são aplicadas por três professores: um ensina cordas, percussão e teclado; outro, instrumentos de sopro; e um terceiro é responsável pela musicalização infantil e o coral.

CONSEQUÊNCIA: educação musical melhora cognição e raciocínio

CONSEQUÊNCIA: educação musical melhora cognição e raciocínio

Os profissionais se revezam nas três unidades da Slan – Centro Lenira Müller Klein; Centro Nora Oderich de Atendimento à Menina (no Conservas) e Centro Pedro Albino Müller (no Santo Antônio). De acordo com Angelisa, a complexidade de algumas aulas compromete muito a carga horária.

Em cada centro, são 30 crianças no coral, outras 30 nos instrumentos de sopro e 20 no teclado e percussão. “O resultado é maravilhoso. Os pais pedem que mais crianças tenham acesso”, comenta Angelisa.

A comunidade de Lajeado pode ver – e ouvir – o resultado desse trabalho no Coral e Orquestra da Slan. Formado por 50 crianças e adolescentes, o grupo artístico representa a entidade em ocasiões especiais. Mais um bom motivo para que a Slan possa renovar seu acervo de equipamentos.

Assinante Solidário

O projeto destina 8% do valor oriundo de assinaturas para entidades de atendimento a crianças e adolescentes no Vale. Em sua primeira edição, serão repassados R$ 150 mil, divididos entre dez organizações: FundeF, Slan, Saidan, Amam e seis Apaes (Lajeado, Teutônia, Estrela, Encantado, Cruzeiro do Sul e Bom Retiro do Sul). A entrega do valor ocorre em novembro.

De mãe para filhas

Muito antes de ser mãe da Ana Carolina e da Rafaela, a servidora pública Fernanda Josiane Mors já tinha uma ligação com a Slan. Ela e os irmãos passaram boa parte da infância na instituição. É claro que naquela época não havia a farta oferta de atividades às crianças, mas foram suficientes para gerar boas recordações.

Hoje, ela verifica entusiasmo nas duas filhas. A mais velha, Ana Carolina Machado, 12, toca saxofone e faz parte da Orquestra da Slan. Já a Rafaela, 9, canta no coral e está iniciando a prática da bateria. “Elas se empenham muito nos ensaios, nas apresentações. É um orgulho imenso ver elas tocando, é prazeroso.”

E, se depender da vontade Ana Carolina, a relação da família com a entidade deve se estender para o âmbito profissional. “A Ana até me falou que, quando crescer, quer ser professora de música e dar aula na Slan, porque ela adora demais.”

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Lição de persistência

O professor Alex Fabiano Duarte ensina instrumentos de corda, percussão e teclado. Ele coordena o Cantando e Tocando Alegria de Viver faz sete anos.

“Eles se tornam mais responsáveis, têm mais disciplina e concentração”. Ele está acostumado a receber alunos ansiosos pela primeira apresentação.

Por isso, reconhece a importância da persistência, já que a evolução da aprendizagem musical é lenta. “A gente tenta aflorar isso para que eles não desistam na primeira dificuldade”, diz.

Brenda dos Santos Vargas, 12, é um das perseverantes que frequenta a unidade do centro de manhã. Aluna do 7o ano da escola Fernandes Vieira no turno da tarde, está na Slan faz sete anos. Entrou na orquestra faz quatro anos, onde toca escaleta. Além disso, a menina se aventura no violão, no saxofone e na bateria. “Eu acho bem legal, vou para todas as apresentações. Não gosto de ficar parada”, diz.

Shayane Rodrigues da Rosa, 12, também está na instituição desde a Educação Infantil. Além de fazer oficina de música e integrar a orquestra, ela é uma guardiã da paz.

Ou seja, é uma facilitadora que atua na prevenção de conflitos, resultado do trabalho que a entidade promove contra a violência. Assim, ela tenta acalmar a discussão entre colegas de escola, por exemplo. “Eu digo que brigar é feio e que a violência não leva a nada”, explica.

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