“É um negócio que toca a gente”

Entrevista

“É um negócio que toca a gente”

A criação da Orquestra de Brinquedos é um dos destaques do currículo do premiado músico Yanto Laitano. Natural de Curitiba e formado pela UFRGS, ele conta como teve a inspiração para esse espetáculo que tem atraído crianças e adultos em…

“É um negócio que toca a gente”
oktober-2024

A criação da Orquestra de Brinquedos é um dos destaques do currículo do premiado músico Yanto Laitano. Natural de Curitiba e formado pela UFRGS, ele conta como teve a inspiração para esse espetáculo que tem atraído crianças e adultos em quase cem apresentações desde 2011. 

Como surgiu a ideia de montar uma orquestra de brinquedos?

Eu fazia a direção musical do Nativitatem, que é o maior espetáculo do Natal Luz, e tive a ideia da Orquestra de Brinquedos para ser dentro do Natal Luz. Funcionou tão bem que resolvi ampliar o show e fazer de forma independente.

Você teve a inspiração em uma loja, né? Lembra dessa ocasião?

Perfeitamente. Eu entrei numa loja em Novo Hamburgo, ia comprar uma outra coisa qualquer, e vi os sininhos coloridos. Chamavam bastante atenção pela cor, e aí me dei conta de toda aquela coisa, que poderia ter várias pessoas tocando sininhos, cada pessoa fazendo uma nota em cada mão. O mais legal que pensei é que poderia fazer uma banda em que se tocasse apenas instrumentos de brinquedos e que os músicos também fossem brinquedos: soldadinhos de chumbo.

O que um espetáculo precisa para encantar crianças e adultos?

Ele tem que ter uma profundidade e diversos níveis de entendimento. As crianças têm um nível de percepção: elas ficam encantadas com as músicas, com os movimentos, com o colorido. Os adultos, além de ficarem encantados com isso, têm outro nível de percepção que está vinculado com a memória emocional deles de criança. Então, eles recebem de outra maneira. Enquanto as crianças estão enlouquecidas pulando e dançando, os adultos estão emocionados, muitos chorando, porque é um negócio que toca a gente lá no fundo. A gente vê pais tão encantados quanto os filhos, mas por motivos diferentes.

Os brinquedos ainda têm espaço nos novos formatos de entretenimento infantil, em que predomina tudo que envolve uma tela e o touch screen?

Os eletrônicos têm muito apelo, mas acho que os brinquedos convencionais ainda têm um apelo grande. Na verdade, as crianças estão interessadas com o que elas têm à sua volta. Se elas tiverem acesso a celular, a tablet, e elas veem os adultos mexendo naquilo, elas vão querer. Mas se tiverem acesso à bicicleta, pião, bolinha de gude, também vão se interessar. A Orquestra de Brinquedos faz um resgate desse tipo de coisa, resgate de canções que aprendíamos quando crianças, como Marcha Soldado, Alecrim, Pezinho; o soldadinho de chumbo, as coisa de madeiras, tocadas com a mão.

Você tem contato com crianças?

Sim, tenho uma filha, que agora está grande, com 15 anos, mas desde pequena foi minha inspiração. Ela adora música, toca piano. E quer ser uma soldadinha.

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