Família enterra feto nos fundos de casa

Boqueirão do Leão

Família enterra feto nos fundos de casa

Suspeita é de que aborto tenha sido por causas naturais

Família enterra feto nos fundos de casa
Vale do Taquari

Uma mulher de 27 anos é investigada pelo crime de aborto. Com a ajuda da sogra, ela enterrou o feto, de quase 4 meses, no quintal da casa, na localidade de Passo de Pedras Brancas. O fato teria acontecido na segunda-feira. Porém, só foi descoberto dias depois pelo Conselho Tutelar, que denunciou o caso à Brigada Militar.

Em averiguação na residência, na quarta-feira à noite, representantes das duas entidades encontraram o feto. Era de um menino, e estava dentro de uma sacola. A sogra teria sido a responsável pelo enterro, e a perda do bebê teria acontecido de modo natural.

“A mulher nos falou que desconhecia as leis sobre o sepultamento e por isso enterrou nos fundos de casa”, explica o comissário da Polícia Civil, Carlinhos Meneghetti. “Ela falou que nem sabia da gravidez. E, ao raiar do dia, foi ao banheiro e teve o aborto involuntário.”

A mulher afirmou que não desconfiava dos motivos do aborto, mas, por desconhecer a gravidez, permanecia tomando injeções anticoncepcionais. “Ela disse que até desconfiava e queria fazer um exame.” No mesmo dia, ela também teria ido ao Hospital Drº Anuar Elias Aesse, para avaliar as condições de saúde. “Depois do aborto, um teste teria apontado uma gravidez de dois meses, mas ainda vou ter que verificar.”

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A PC ainda ouviu o depoimento da sogra e da conselheira tutelar que acompanhou o caso. Outras pessoas ainda devem ser ouvidas sobre o fato.

O comissário também aguarda o resultado de exames feitos no Instituto Médico Legal (IML) de Lajeado, para onde o feto foi encaminhado. Assim que retornar a Boqueirão do Leão, deve ser sepultado de modo legal pela família. “Isso apenas está começando. Temos muito a apurar”, afirma Meneghetti.

Como ele trabalha sozinho na PC da cidade, ainda não tem prazo para concluir o inquérito. A mulher somente será indiciada se comprovada a provocação do aborto. Isso porque o Código Penal criminaliza o ato, com exceção aos casos de estupro e de risco à vida da mãe.

Sem retorno

A reportagem do A Hora contatou com representantes do Hospital Drº Anuar Elias Aesse, mas não obteve retorno sobre o caso. Integrantes do Conselho Tutelar também não quiseram se pronunciar.

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