Estado projeta queda no ICMS de 12 cidades

Vale do Taquari

Estado projeta queda no ICMS de 12 cidades

Redução estaria ligada à instabilidade econômica

Estado projeta queda no ICMS de 12 cidades
Vale do Taquari
oktober-2024

Um terço dos municípios da região terá queda em 2018 no retorno de ICMS. A projeção é da Famurs, e demonstra como a produção industrial do Vale foi prejudicada pela instabilidade na economia. A entidade teve como base para o levantamento o Índice de Participação dos Municípios (IPM).

De acordo com a publicação, no próximo ano, serão divididos R$ 8,33 bilhões de ICMS entre os 497 municípios gaúchos. Para definir o percentual que cada um receberá, o Estado levou em conta o comportamento médio da economia local entre 2015 e 2016. Então, ficou definido que, do total, 4,2%, ou seja, R$ 349,8 milhões vêm para a região.

Descontados os 20% que são destinados ao Fundeb, sobram R$ 279,4 milhões para os 38 municípios do Vale aplicarem. O valor é 5,3% ou R$ 14,14 milhões maior do que o previsto para este ano. Porém, não anima o setor econômico.

Segundo a presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cintia Agostini, o aumento representa apenas a inflação do período. “É um crescimento vegetativo, relativo à recuperação dos preços relacionado à inflação, mais do que propriamente um crescimento econômico”, comenta. Como o que ocorre em Lajeado, onde em 2018 a ampliação do ICMS será de apenas 3,5%.

Ou seja, dos R$ 42 milhões previstos para 2017, passará a receber em 2018 R$ 45,9 milhões. “É uma oscilação normal, não há um fator específico que cause esta alta, mas um conjunto de coisas que têm ocorrido nos últimos anos”, aponta o secretário da Fazenda, Guilherme Cé. Situação semelhante acontece em Arroio do Meio, Estrela, Marques de Souza, Cruzeiro do Sul,Teutônia, entre outros.

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Destaques negativos

Como o principal fator para formulação do retorno de ICMS é o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que corresponde à diferença entre o que as empresas compram e vendem, os mais afetados negativamente são os municípios com menos força industrial. Aqueles que não vendem tanto quanto compram.

É o que acontece, por exemplo, em Imigrante. Com uma queda de 6,3% prevista para 2017, o município deve enfrentar nova baixa em 2018. Segundo a previsão da Famurs, a cidade receberá 5,7% a menos de ICMS no próximo ano. Em dinheiro, isso representa cerca de R$ 315 mil.

O fiscal tributário do município, Ernani Schneider, explica que Imigrante tem diversificado a economia. Além de incentivar as empresas, dá apoio para que o produtor rural se mantenha no campo. Por isso, ainda depende muito da agricultura e tem poucas indústrias.

Somente uma delas é responsável por, praticamente, 1/4 do retorno de ICMS. “Se essa empresa não tem muita saída, complica o município”, comenta.

 

Fatores para a melhora

Como a indústria reagiu nos últimos meses, Schneider acredita que o imposto será maior nos próximos anos. “Isso também depende da economia voltar ao seu prumo, quando acabar essa questão politiqueira em Brasília, tudo melhorará”, aponta.

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Já para Cintia, isso também depende da modernização da indústria local. Mas não só das grandes, das pequenas também. Inclusive, das agroindústrias.“Tenho convicção que nossas alternativas estão vinculadas à inovação, a pesquisa e desenvolvimento e o empreendedorismo. Assim, podemos aumentar nossa produção, e, por consequência, aumentar a arrecadação deste imposto.”

Apesar de ter apenas indústrias de pequeno porte, Vespasiano Corrêa tem conseguido agregar valor à sua produção. Terá a maior alta do ICMS na região. Em comparação a 2017, o retorno do imposto será 7,2% maior. Um ganho aproximado de R$ 240 mil.

Para o prefeito Marcelo Portaluppi, a causa está no crescimento do setor primário. Por meio da instalação de novos empreendimentos que trabalham com leite e avicultura. “Me surpreendi com os números. Mas ficamos contentes. Esperamos seguir assim”, comenta. O município é seguido por Travesseiro,que terá 5,5 de alta; e Fazenda Vilanova, com 5,1%.

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