Rejeição atinge índice histórico

Editorial

Rejeição atinge índice histórico

A mais recente pesquisa Datafolha, publicada no fim de semana, pela Folha de São Paulo, reforçou o alto índice de rejeição e a falta de governabilidade do presidente Michel Temer. Míseros 7% aprovam sua administração, o menor percentual obtido por…

oktober-2024

A mais recente pesquisa Datafolha, publicada no fim de semana, pela Folha de São Paulo, reforçou o alto índice de rejeição e a falta de governabilidade do presidente Michel Temer.
Míseros 7% aprovam sua administração, o menor percentual obtido por um presidente desde 1.989, quando José Sarney governava sob uma hiperinflação. Para 83% dos brasileiros, Temer teve participação direta em esquemas de corrupção, explicitados a partir da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista.
A impopularidade de Temer, somada a crise econômica dos últimos três anos, além dos sucessivos escândalos flagrados nas administrações públicas e privadas embasam a opinião popular. Assim como repudia os partidos e políticos, a pesquisa também mostra insatisfação com a impunidade de empresários corruptos, como por exemplo, Joesley Batista.
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Para 64% dos entrevistados pelo Datafolha, a Procuradoria-Geral da República agiu mal em seu generoso acordo de delação premiada com Joesley e 81% defendem a prisão do empresário, corruptor confesso.
O desalento atual e como os rumos do Brasil também atingem índices alarmantes. No levantamento, 47% dos entrevistados dizem sentir mais vergonha do que orgulho de serem brasileiros (50% afirmam o oposto), maior taxa desde que a questão começou a ser apresentada, em 2000.
O presidente pode sobreviver à denúncia de corrupção passiva a ser apresentada, como se espera, pelo Ministério Público –afinal, ainda controla votos suficientes no Congresso para barrar processos que o afastariam do cargo.
Mesmo assim, é difícil imaginar que Michel Temer consiga estender seu mandato até o final. A título de comparação, tanto Fernando Collor e Dilma Rousseff, acabaram defenestrados do Palácio do Planalto com índices de reprovação não tão altos. Ou seja, sofreram impeachment por menos.
Ainda falta um ano e três meses para as eleições regimentais de 2018. Enquanto Temer está cada vez mais enfraquecido politicamente e enrolado com o Poder Judiciário, ainda não se vislumbram com clareza as opções preferenciais de renovação da classe dirigente nacional.
Ao passo que a sociedade sabe cada vez mais quem não quer – no caso de Temer – é oportuno e necessário que atente para os futuros mandatários. Do contrário, tende a repetir os erros do passado, elegendo quem não deveria e sofrendo com os revés de de políticas equivocadas e criminosas.

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